Caso do Triplex

Léo Pinheiro afirma que não foi coagido pelo MPF a incriminar Lula

Léo Pinheiro afirma que tem compromisso com a verdade e alega que não é mentiroso

JC Online
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Publicado em 04/07/2019 às 11:48
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Léo Pinheiro afirma que tem compromisso com a verdade e alega que não é mentiroso - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Léo Pinheiro, ex-executivo da construtora OAS, afirmou que não foi coagido a incriminar o ex-presidente Lula em seu depoimento. O empreiteiro foi testemunha-chave no caso do tríplex de Guarujá, que culminou na condenação do petista. As declarações foram dadas em carta enviada ao Jornal a Folha de S.Paulo, divulgada nesta quinta-feira (4).

O ex-executivo argumentou que todas as declarações foram endossadas por provas e nega ter adaptados seus depoimentos para ser aceito na delação premiada da Lava Jato. "Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal. A minha opção pela colaboração premiada se deu em meados de 2016, quando estava em liberdade e não preso pela Operação Lava Jato. Assim, não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de passar a limpo erros", diz trecho da nota.

Léo Pinheiro afirma que tem compromisso com a verdade e alega que não é mentiroso. Após a divulgação de supostas conversas, vazadas pelo site The Intercept, entre o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava-Jato, levantou-se o questionamento de que o ex-executivo teria contado duas versões distintas em seu depoimento.

"Não há como eu, Léo Pinheiro, ter apresentado versões distintas já que o material probatório é bem anterior à decretação da minha prisão. O apartamento nunca tinha sido colocado à venda porque o ex-presidente Lula era seu real proprietário. Preciso dizer que as reformas não foram um presente", explica.

Mensagens vazadas

Nas mensagens vazadas pelo The Intercept, há um indicativo de que Léo Pinheiro teria passado a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento de Guarujá, onde a empresa afirmou ter reformado para o ex-presidente.

De acordo com as mensagens, procuradores da Lava Jato ficaram irritados após a primeira fase de negociação da delação, que ainda não foi homologada pela justiça. Ainda segundo o vazamento do site, Januário Paludo, chegou a dizer: "Tem que prender Léo Pinheiro. Eles [OAS] falam pouco".

Defesa do presidente alega coação

O ex-presidente Lula, por meio de seus advogados, à época, questionou se Léo Pinheiros não estaria negociando acordo de delação premiada e, com isso, estaria recebendo algum benefício para incriminar o presidente.

Os defensores sustentam que o ex-executivo só passou a acusar o petista após ser pressionado. E em troca de benefícios, teria incriminado o ex-presidente. Com a deleção, Léo Pinheiro obteve progressão para o regime semiaberto após passar 2 anos e seis meses preso em regime fechado.

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