O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, em entrevista, nesta terça-feira (9), ao programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal, que haverá punições contra os deputados ou senadores do partido que votem a favor da reforma da Previdência. Nessa segunda-feira (8), a legenda decidiu fechar questão contra a proposta.
"O fechamento de questão ocorre em situações excepcionais em que o partido percebe que não pode votar contra os seus próprios princípios, ou seja, contra a população mais carente do país, que é o que está ocorrendo com essa reforma da Previdência", defendeu.
Questionado sobre a posição do deputado Felipe Carreras e de outros parlamentares da sigla que são favoráveis à reforma, o presidente do PSB afirmou que aposta no "convencimento" deles. Segundo Siqueira, essa posição é de "poucos que relutam votar contra essa política antissocial do governo Bolsonaro (PSL)".
"Essa reforma que diz que é para combater privilégios é uma tremenda falácia, é uma mentira. E nós não podemos colocar as digitais do Partido Socialista Brasileiro (PSB) - um partido histórico, um dos mais antigos na vida republicana nacional - em algo dessa natureza tão antissocial como isso. E por isso fechamos questão e esse fechamento de questão, naturalmente, tem consequência", emendou.
Punição
Perguntado sobre as eventuais punições aos que forem de encontro ao fechamento de questão, Carlos Siqueira disse que isso irá depender do histórico de cada parlamentar. "É uma gradação de penalidade. A Comissão de Ética quando se debruça sobre um processo de natureza ética, ou seja, aquele em que o parlamentar vota contra uma orientação fechada do partido vai ter, por exemplo, (uma análise) se um parlamentar é um cara reincidente, que votou mais uma vez contra as orientações partidárias, ele pode ser um tipo de penalidade. Se é a primeira vez. Se ele foi acintoso", disse.
Siqueira evitou em falar em expulsão, mas relembrou a saída de 13 deputados do partido, incluindo a atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), e o deputado Fernando Filho (DEM), que votaram a favor da reforma Trabalhista, indo de encontro ao fechamento de questão contra a proposta. "Nós demos graças a Deus que saíram", disse.
"Vamos aguardar a votação e eu ainda aposto no convencimento daqueles poucos que relutam votar contra essa política antissocial do governo Bolsonaro e se não tivermos o convencimento, naturalmente, isso será examinado pela Comissão de Ética, que é quem vai indicar eventuais punições", disse.