O presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu nesta quinta-feira, 22, que vai conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possibilidade de criar um imposto federal sobre transações financeiras - nos moldes da extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Bolsonaro sinalizou que a medida teria que servir como forma de compensação.
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"Vou ouvir a opinião dele. Se desburocratizar muita coisa, diminuir esse cipoal de impostos, a burocracia enorme, eu estou disposto a conversar. Não pretendo, falei que não pretendo recriar a CPMF", disse Bolsonaro em conversa com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.
Segundo Bolsonaro, o ministro deixou claro que é a sociedade que deve tomar a decisão sobre o imposto.
"Ele (Guedes) que falou. Ele pode falar 'vou colocar 0,10% na CPMF e em consequência acabo com tais e tais impostos'", declarou Bolsonaro.
O presidente reclamou que evita falar com a imprensa sobre determinados assuntos para não ouvir que houve recuo de sua parte. Na quarta, Bolsonaro voltou a negar a possibilidade do seu governo patrocinar uma nova CPMF.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na quarta e o jornal O Estado de S. Paulo na edição desta quinta, a Contribuição Social sobre Transações e Pagamentos (CSTP), como foi batizado o novo imposto, deverá ter uma alíquota mais baixa, de 0,22%.
A ideia é criar uma "conta investimento" para isentar a cobrança da nova contribuição de aplicações na Bolsa, renda fixa e poupança, entre outras.
"Não criaremos nenhum novo imposto"
Apesar de considerar a criação de um novo imposto nos moldes da CPMF agora, em 19 de julho o presidente Jair Bolsonaro afirmou o contrário. Durante um café da manhã com jornalistas de agências internacionais no Palácio do Planalto, ele negou a recriação da CPMF.
“Não criaremos nenhum novo imposto. A reforma [tributária] que está tramitando lá é do Parlamento, não é nossa. Conforme explanado na última reunião de ministros, nós queremos fazer uma reforma tributária e mexer com os impostos federais apenas. Ao longo dos meus 28 anos como deputado, quiseram fazer uma reforma que envolvesse União, estados e municípios. Não dá certo”, afirmou na ocasião.
À época, Bolsonaro ainda acrescentou que a equipe econômica do ministro Paulo Guedes está convencida de analisar apenas os tributos federais. “Queremos simplificar os tributos federais e não criando nenhum novo imposto. Você pode fundir vários impostos e eu acho que é isso que vai acontecer. CPMF de volta, não”, reforçou.