O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, participou de caravana no Recife neste sábado (31). Ele chegou no fim da manhã ao Mercado de Casa Amarela, Zona Norte da capital pernambucana, onde foi recebido por correligionários. O evento fez parte da Caravana Lula Livre, que percorre o País fazendo em manifestações contra a prisão do ex-presidente e criticando o governo Jair Bolsonaro (PSL). Segundo a organização, 5 mil pessoas compareceram ao ato.
Depois da manifestação, Haddad seguiu para o Palácio do Campo das Princesas, onde almoçou com o governador Paulo Câmara (PSB).
Candidato do PT à presidência e derrotado nas eleições de 2018, Haddad tem esperanças de que Lula seja solto em breve. “Acho que está cada vez mais claro para o Judiciário que foram cometidas injustiças”, disse. “Tem muita decisão sendo revertida e esperamos que a decisão condenando Lula também seja revista”, continuou Haddad.
“Não houve amplo direito à defesa e Lula foi condenado absolutamente sem provas, sem que nenhum crime tivesse sido cometido. Independentemente disso, Lula deve sair da prisão no fim de setembro”, afirmou.
Depois da possível soltura do ex-presidente Lula, Haddad disse que a intenção é percorrer o país com ele “explicando o que aconteceu”. “Vamos explicar o que está acontecendo com o Brasil no governo Bolsonaro, apresentando um projeto de país que retome o desenvolvimento em todas as regiões, com atenção especial para o nordeste”, relatou.
Orçamento e Amazônia
Haddad criticou medidas do governo federal, como o orçamento aprovado para 2020, apresentado na última sexta (30), de R$ 89.1 bilhões. “É uma política de desmonte das estruturas do Estado. Com esse orçamento o país não vai sobreviver ano que vem”, afirmou. “Acabo de vir de Fortaleza. A UFC (Universidade Federal do Ceará) está parada. É um desmonte”, reclamou Haddad, que foi ministro da Educação nos governos Lula e Dilma.
O ex-prefeito de São Paulo explicou que o foco da caravana agora é apontar para a crise das queimadas na Amazônia. “Há muitos cancelamentos de pedidos dos importadores de produtos brasileiros em função da falta de compromisso do governo Bolsonaro com a questão ambiental”, disse.
“Muitas universidades, postos de saúde, hospitais, o próprio exército vão ter que paralisar. Já está faltando comida para recruta! Não tem condições… O Brasil não merece isso”, atacou.
Fernando Haddad também mencionou o caso das mensagens vazadas da Lava Jato, criticando o procurador Deltan Dallagnol. “Ele muda de opinião o tempo todo. Uma hora diz que as mensagens não são dele.
Depois quando provam que é dele, diz que não tem nada demais. Quando mostram que tem muita coisa, ele diz que está fora de contexto”. “Se o Deltan tivesse interesse na verdade ele entregava o celular dele, como fez a Manuela (D’Ávila, que deu o aparelho à Polícia Federal para averiguação na última sexta). Ela entregou porque não tem nada a temer. Como Dallagnol tem muito a temer, não entrega”, criticou.