'ESTRELA CADENTE'

MPF e PF deflagram operação sobre vazamentos do Copom em favor de fundo do BTG

A operação investiga vazamentos de reunião do Copom ocorridos nos anos 2010, 2011 e 2012

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Publicado em 03/10/2019 às 12:53
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A operação investiga vazamentos de reunião do Copom ocorridos nos anos 2010, 2011 e 2012 - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Uma operação conjunta do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) e Polícia Federal investiga vazamentos de resultados de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012. A deflagração da operação "Estrela Cadente" ocorreu nesta quinta-feira (3).

Segundo informação que consta no site do MPF-SP, a investigação, instaurada a partir de colaboração premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, apura o fornecimento de informações sigilosas sobre alterações na taxa Selic, por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central, em favor de um fundo de investimento administrado pelo BTG Pactual, que, com elas, teria obtido lucros extraordinários de dezenas de milhões de reais.

Na operação, está sendo cumprido um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal de São Paulo, no endereço sede do Banco BTG Pactual em São Paulo, para levantamento de novas evidências sobre o caso sob investigação.

Ainda de acordo com informação do MPF, é investigada a possível prática, entre outros, dos crimes tipificados nos artigos 317 (corrupção passiva) e 333 (corrupção ativa), ambos do Código Penal, art. 27-D, da Lei nº 6.385/76 (informação privilegiada), bem como o art. 1º, da Lei nº 9.613/98 (lavagem e ocultação de ativos).

Os detalhes do inquérito policial, segundo o MPF, seguem sob segredo de justiça.

Único cotista

O BTG Pactual afirmou que o fundo alvo da operação denominada "Estrela Cadente", o Fundo Bintang FIM, possuía um único cotista, pessoa física e profissional do mercado financeiro que também era o gestor credenciado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esclareceu, ainda que tal cotista "nunca foi funcionário do BTG Pactual ou teve qualquer vínculo profissional com o Banco ou qualquer de seus sócios".

"O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo", informou a instituição financeira, nesta quinta-feira (3).

O BTG afirmou que nesta quinta-feira recebeu "pedidos de informação do MPF referentes à operações realizadas pelo Fundo Bintang FIM".

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