O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (31) que a falta de crescimento e o elevado número de desempregados no País são decorrentes de privilégios dados aos interesses particulares na sociedade brasileira em detrimento dos interesses coletivos ao longo da história. Ele falou para uma plateia de dirigentes sindicalistas durante painel no SindiMais 2019, um evento que discute o futuro do trabalho. É esse cenário, segundo o parlamentar, que se está tentando quebrar com as reformas.
"Temos problemas estruturais que privilegiam os interesses particulares em detrimento do interesses coletivos. Quem se aposenta com os salários altos são os que se aposentam mais cedo e os que se aposentam com os salários mais baixos são os que se aposentam mais tarde. O mais pobre já se aposentavam com 65 anos antes da reforma trabalhista", disse o presidente da Câmara.
Isso, disse Maia, acaba transferindo renda dos que ganham menos para os que ganham mais. Para o deputado, essa distorção fez com que se chegasse à situação em que um mesmo cargo no setor público tenha um salário até 30% maior que o mesmo cargo no setor privado.
Sistema tributário
No sistema tributário, criticou Maia, "tributamos mais o consumo de bens e serviços e menos a renda". "Nos países da OCDE, tributa-se mais a renda e menos os bens e serviços. Ou seja, estamos tributando mais quem ganha menos e menos quem ganha mais", disse, acrescentando que toda a e estrutura montada no Brasil atendeu a interesses específicos e não os coletivos.
Segundo Maia, o brasileiro paga muitos impostos para sustentar um Estado caro e ineficiente. "Agora mesmo estamos falando de MP do Saneamento. E as empresas estão tentando manter o status quo. O que interessa: manter uma estrutura criada na época da ditadura ou um novo sistema?", questionou.
Para Maia, é preciso começar a discutir o futuro, que não está longe e muda muito rápido, e ver como o Congresso pode ajudar nisso. "O Congresso precisa ajudar a gerar empregos, segurança jurídica e a reduzir o Estado, que é 40% do PIB", disse.