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Bolsonaro afirma que vai cancelar assinaturas da Folha de S. Paulo

A atitude remete a medida tomada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que passou a instruir órgãos a cancelar assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post

JC Online
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Publicado em 01/11/2019 às 7:47
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A atitude remete a medida tomada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que passou a instruir órgãos a cancelar assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post - FOTO: Foto: AFP
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 31, que determinou o cancelamento de assinaturas do jornal Folha de S. Paulo em órgãos do governo federal em Brasília. A declaração ocorreu durante uma entrevista por telefone ao programa Brasil Urgente, do apresentador José Luiz Datena na TV Bandeirantes, em que o presidente atacou a cobertura jornalística de seu governo.

"Nenhum órgão aqui do meu governo vai receber o jornal Folha de S.Paulo, aqui em Brasília. Está determinado", declarou Bolsonaro "Espero que não me acusem de censura. Quem quiser comprar a Folha de S. Paulo, ninguém vai ser punido por isso, manda o assessor dele, vai lá na banca e compra a Folha de S. Paulo, e se divirta."

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Atitude semelhante a de Trump

A atitude remete a medida semelhante tomada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quinta-feira, 24, a Casa Branca passou a instruir órgãos federais a cancelar as assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post.

Trump tem feito ataques constantes a notícias publicadas nesses veículos e já chegou a afirmar, em outubro do ano passado, que a mídia é "a verdadeira inimiga do povo". Ele disse, na ocasião, que parte da imprensa publica informações "imprecisas, e até fraudulentas".

Após a declaração de Bolsonaro, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, lamentou a atitude. "A ANJ lamenta que, assim como agiu o presidente Donald Trump há poucos dias, o presidente Jair Bolsonaro escolha caminho idêntico, o que significará menos pluralidade e informação profissional para o serviço federal", disse Rech, por meio de nota. "Mesmo que as assinaturas para governos representem uma receita ínfima para jornais, a livre circulação de notícias e ideias ajuda a construir políticas públicas, a corrigir rumos e aperfeiçoar caminhos na administração pública".

Em nota, o jornal afirmou que "lamenta mais uma atitude abertamente discriminatória do presidente da República contra o jornal e vai continuar fazendo, em relação ao seu governo, o jornalismo crítico e apartidário que a caracteriza e que praticou em relação a todos os outros governos".

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