Igor Maciel, da coluna Pinga Fogo*
No pacote de Paulo Guedes, a possibilidade de um "Estado de Emergência Fiscal" para governo federal, estados e municípios, tem potencial para equilibrar as contas das gestões quebradas pelo País, mas tem o mesmo poder que tinha a reforma da Previdência para provocar demagogia e hipocrisia. É que a emergência fiscal será permitida para estados e municípios cuja despesa corrente ultrapasse 95% da receita corrente. Quando isso acontecer, os prefeitos e governadores poderão, olha só, reduzir a jornada de trabalho e também os salários dos funcionários em até 25%. A chamada PEC emergencial é uma medida dura, mas tem a ver com uma responsabilidade que a mente de boa parte dos políticos é incapaz de processar. Quando tem mais dinheiro saindo do que entrando, é preciso cortar despesas e não ampliá-las. Não é ideologia, é matemática.
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Governadores do RJ, MG e, sim, PE estão inclusos entre os que se enquadrariam na emergência fiscal hoje, poderiam diminuir suas dores de cabeça apoiando a medida. Mas, levando em conta que a reforma da Previdência não teve apoio do PSB de PE, apesar do déficit bilionário por essas bandas, e considerando que grande parte das figuras mais fortes do PSB no Estado é formada por funcionários públicos, cabe esperar pra ver. Sentado.
*Igor Maciel é titular da coluna Pinga Fogo, no Jornal do Commercio