Em entrevista na tarde desta terça-feira, 24, ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro disse ter conhecimento de que há "uma nova intenção de que seja realizada operação de busca e apreensão na casa de outro filho meu", sem especificar qual. E acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de estar por trás de uma conspiração para incriminá-lo, em uma conversa "entre dois bandidos" que seria, segundo afirmou o presidente, veiculada por uma rede de TV.
Os comentários foram feitos após o apresentador perguntar ao presidente sobre a investigação em curso sobre o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) que, segundo ressaltou o presidente, corre "em segredo de Justiça" e que foi "vazada ilegalmente" para uma rede de TV, em referência à TV Globo.
Questionado por Datena se não haveria uma "carga de campanha política" sobre Flávio Bolsonaro em função de uma disputa presidencial antecipada, "provocação de eleição", Bolsonaro respondeu: "Já que você tocou no assunto, eu vou pela primeira vez falar do meu filho". "O que acontece: você tem uma lei; e quando alguém erra, a lei é aplicada."
Vazamentos
"Eu te pergunto aqui, olha só, o processo dele está correndo em segredo de Justiça? Está em segredo de Justiça. Como é que justifica esse vazamento diretamente para aquela grande rede de televisão, o tempo todo", questionou. "Quando os caras fazem uma busca e apreensão, as famílias que têm sua casa invadida ficam marcadas na sua rua. Isso tudo que está acontecendo é um crime que os caras estão fazendo."
"Se está em segredo de Justiça, que se apure. E, na hora certa, divulguem as operações, não fazendo essa pirotecnia toda, em que o objetivo é me atingir", acrescentou o presidente.
"Eu te digo em primeira mão, toda hora chega uma maneira aqui para mim: tentaram colocar o caso Marielle no meu colo. Eu estava em Brasília, foi lá a polícia do governador ouvir o porteiro sobre esse episódio. Eu estava em Brasília, mesmo assim tentaram empurrar pra mim", afirmou Bolsonaro.
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"Hoje chegou também ao meu conhecimento, eu não tenho como comprovar, mas esse mesmo agente político lá do Rio de Janeiro acertou gravações entre bandidos citando meu nome, para divulgar em uma grande rede de televisão depois. Isso acabou sendo abortado, porque estourou antes da hora essa intenção deles. A nova intenção deles, eu não tenho como comprovar, mas querem fazer uma busca e apreensão na casa de um outro filho meu, já, pelo que tudo indica, fraudando provas, plantando provas falsas dentro da casa dele", afirmou o presidente.
"Isso tudo é um inferno que a gente vive, é um jogo de poder, um jogo de poder sujo que existe. Agora, eu tenho couro pra enfrentar tudo isso aí, mas eu lamento o que minha família, meus amigos sofrem. Dá para entender como um juiz quebra 93 sigilos com cinco linhas? Pode quebrar sigilo, mas tem que fundamentar. O que está havendo é um atropelo, uma maneira de criar escândalos", concluiu o presidente.