Na última terça-feira (24), a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por doações feitas pela Odebrecht ao Instituto Lula. Além do ex-presidente, foram indiciados o presidente do Instituto, Paulo Okamotto, o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht.
O delegado Dante Pegoraro Lemos disse que os recursos de 'doações' transferidos pela empreiteira seriam, na verdade, propinas.
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Segundo o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, "as doações ao Instituto Lula foram formais, de origem identificada e sem qualquer contrapartida". Zanin disse ainda que "à época das doações, Lula sequer era agente público e o beneficiário foi o Instituto Lula, instituição que tem por objetivo a preservação de objetos que integram o patrimônio cultural brasileiro e que não se confunde com a pessoa física do ex-presidente".
No entanto, segundo o delegado, as doações feitas pela Odebrecht seriam irrelevantes se não tivessem como destino uma conta informal de propinas mantida pelo PT junto à construtora.
"Surgem, então, robustos indícios da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, considerando o pagamento de vantagem indevida a agente público em razão do cargo por ele (Lula) anteriormente ocupado", disse Lemos.