Itamaraty

Governo brasileiro apoia 'luta contra terrorismo' em nota sobre ação dos EUA no Irã

Ministério das Relações Exteriores ainda condenou ataques à Embaixada americana em Bagdá

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 03/01/2020 às 23:26
Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
FOTO: Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Leitura:

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) manifestou na noite desta sexta-feira, dia 3, apoio à "luta contra o flagelo do terrorismo", ao comentar em nota oficial o ataque aéreo norte-americano que matou no Iraque o general Qassim Suleimani, chefe da Guarda Revolucionária do Irã. O comunicado da diplomacia brasileira ignora as mortes provocadas pela ação militar autorizada pelo presidente Donald Trump e nem sequer menciona o nome do comandante militar. Apesar de não citar a morte do general, até então a figura militar mais importante do regime islâmico vigente no Irã, o MRE afirma que o Brasil está "pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento".

Por outro lado, o governo brasileiro "condenou ataques à Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá" e cobrou que as autoridades locais garantam o respeito à integridade dos agentes diplomáticos, previstos na Convenção de Viena.

>> Novo bombardeio dos EUA no Iraque deixa mortos em Bagdá

>> EUA, Irã e Iraque: entenda os eventos recentes que culminaram em ataque ordenado por Trump

>> EUA enviarão entre 3.000 e 3.500 soldados para Oriente Médio após morte de Soleimani

Por mais de uma vez, o Itamaraty usa a nota para pedir união de todas das nações, em tom de "apelo", contra o terrorismo em "todas as suas formas".

"O governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo", afirma o Itamaraty. "O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul."

Foto: ATTA KENARE / AFP
Iranianos choram durante protesto contra a morte de Qasem Soleimani - Foto: ATTA KENARE / AFP
Foto: Aamir QURESHI / AFP
No Paquistão, protestantes queimam a bandeira dos Estados Unidos - Foto: Aamir QURESHI / AFP
Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Na Índia, protestante segura imagem do presidente iraniano Hassan Rouhani em ato contra os EUA - Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Foto: ATTA KENARE / AFP
Mulheres iranianas participam de protesto contra 'crimes americanos' no Teerã - Foto: ATTA KENARE / AFP
Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
- Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Foto: AHMAD AL-RUBAYE / AFP
Bandeira dos Estados Unidos posta no chão para os carros passarem em Bagdá, capital do Iraque - Foto: AHMAD AL-RUBAYE / AFP
Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
No cartaz, o poderoso general Qasem Soleimani, morto em bombardeio dos Estados Unidos nessa quinta - Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Protesto na Índia, Ásia - Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP
Protestantes seguram cartazes contra EUA e Israel após ataque que provocou morte do general iraniano - Foto: TAUSEEF MUSTAFA / AFP

 

O ministério também afirma que o Brasil "acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo". O presidente Jair Bolsonaro havia afirmado, mais cedo, que se preocupa com o impacto de um eventual confronto no preço do combustível no País, mas que espera uma "acomodação" dos valores nos próximos dias.

CONFIRA A NOTA COMPLETA:

Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o Governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo.

O Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento.

O terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul.

Diante dessa realidade, em 2019 o Brasil passou a participar em capacidade plena, e não mais apenas como observador, da Conferência Ministerial Hemisférica de Luta contra o Terrorismo, que terá nova sessão em 20 de janeiro em Bogotá.

O Brasil acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo, e apela uma vez mais para a unidade de todas as nações contra o terrorismo em todas as suas formas.

O Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país.

Últimas notícias