Legislativo

Em "blitz", oposição vê crise do Hospital Oswaldo Cruz

Deputados fazem visita surpresa à unidade médica estadual e ouvem queixas dos próprios médicos

Caroliona Albuquerque
Cadastrado por
Caroliona Albuquerque
Publicado em 06/12/2012 às 16:33
Leitura:
Em plena crise, o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) recebeu de surpresa, na manhã desta quinta-feira (6), a visita de parlamentares da bancada de oposição da Assembleia Legislativa (Alepe). Os deputados estaduais Daniel Coelho (PSDB), Betinho Gomes (PSDB) e Severino Ramos (PMN), que também integram a Comissão de Saúde, foram os integrantes da "blitz".

Na companhia do diretor da unidade, doutor Railton Bezerra, os parlamentares percorreram todo o hospital e ouviram muitas queixas. Os relatos dão conta de problemas como déficit do quadro médico, estrutura e equipamentos novos mas ainda em desuso, aparelho para exames antigos, além da falta de material cirúrgico e para curativos.

Para o governo de Eduardo Campos (PSB), que tem colocado como carro-chefe da sua gestão a Saúde em Pernambuco, a situação dramática do Hospital Oswaldo Cruz tem se tornado uma verdadeira bomba. O coordenador da equipe de transplante de fígado do Huoc, Claudio Lacerda, rebateu o argumento dado pelo governo de que o problema maior é o de gestão e não financeiro.

“A questão fundamental não é gestão. É a diferença de tratamento. Não estamos sendo tratados como os novos hospitais do Estado (Pelópidas da Silveira, Miguel Arraes e Dom Helder, administrados por Organizações Sociais)”, sentenciou.

Diferente dos novos hospitais, o Huoc é uma unidade autônoma, vinculada à Universidade de Pernambuco
(UPE), da Secretaria Estadual de Tecnologia e Meio Ambiente. “O tratamento para nós, inclusive, tem que estar acima, porque nós formamos profissionais de saúde. Grande parte desses hospitais estão sendo alimentados pelos médicos que a gente forma aqui. Precisamos então de um aporte financeiro diferenciado”, defendeu doutor Américo Gusmão, que também integra a equipe de transplante de fígado.

O deputado Daniel Coelho disse que o tratamento diferenciado pode ser apontado como uma das causas para essa crise. “Alguns custos que são hoje absorvidos pelo governo em algumas unidades. aqui não são. Cerca de 20% dos recursos que eles recebem estão sendo utilizados aqui para o pagamento de terceirizados. E nos outros hospitais é o governo quem paga os terceirizados. Só aí já começa a se explicar um pouco onde está o problema”, pontuou.

Na próxima semana, os parlamentares vão apresentar aos demais deputados, em sessão na Alepe, um relatório do que foi observado, com os relatos e sugestões para solucionar a crise que atinge o Oswaldo Cruz.

Últimas notícias