Deste domingo até terça-feira (02), a versão impressa do seu Jornal do Commercio traz uma série especial para marcar os 60 anos do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas. Além do conteúdo pensado para o impresso, publicado no caderno de Política, serão postadas, nestes três dias, matérias feitas exclusivamente para o online, com trechos de entrevistas editadas da versão impressa, outras produzidas só para o site, além de vídeos com historiadores e personagens que contribuíram para a formulação deste projeto.
Após sessenta anos do suicídio de Getúlio, a figura do líder populista é reforçada pela ambiguidade da construção da Era Vargas. Se quando estava vivo, ele foi capaz de provocar amor e ódio com a mesma intensidade, esses sentimentos foram cristalizados com a morte, tonando-o uma das figuras mais emblemáticas e importantes da história do Brasil.
“Ele foi o primeiro líder a buscar a legitimação das massas aqui no país. Além de ter feito o país evoluir em vários aspectos, como a criação da Petrobras, Eletrobrás e outras conquistas que permanecem fundamentais até os dias de hoje”, reforça o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Michel Zaidan.
O ex-vereador do Recife Liberato Costa Júnior, de 96 anos, atribui a morte trágica de Vargas a eternização da figura popular. “Ninguém podia acreditar que aquilo tivesse acontecido. A aglomeração maior foi no Rio de Janeiro em volta ao Catete (sede do governo), mas aqui eu via as pessoas caindo aos prantos principalmente quando, nas rádios, foi lida a carta deixada por ele”, recorda Liberato.
Para historiadores e pesquisadores, o homem que estava acostumado a provocar mudanças no poder por meio de “golpes”, terminou por fazer o mesmo quando tornou sua morte um mote comoção nacional. De acordo com esses especialistas, uma tomada do poder pelos militares foi adiada em dez anos, acontecendo em só em 1964, com a Ditadura Militar (1964-1985).