A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta (10) uma parceria com o Facebook para oferecer serviços de internet para a população de baixa renda, a custos baixos.
"Este acordo entre o Facebook e o governo brasileiro vai garantir acesso à internet e a todos os produtos que hoje a internet pode tornar disponíveis, mesmo em áreas de difícil acesso, como a Amazônia", disse Dilma no Panamá, ao lado do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, a quem chamou de "grande parceiro". Zuckerberg viajará em junho ao Brasil para anunciar oficialmente a parceria.
Não foram revelados muitos detalhes sobre a "bolsa internet", mas deve ser uma iniciativa um pouco diferente da internet.org, projeto que o Facebook está implementando em países como Colômbia, Gana e Tanzânia.
No internet.org, o Facebook, em parceria com operadoras locais, oferece um acesso limitado à internet via celular, com acesso ao Facebook e a sites de serviços públicos (saúde e outros) oferecidos pelo governo. Segundo Esteban Israel, chefe de comunicações do Facebook para a América Latina, no projeto brasileiro, o modelo será o projeto do Facebook na favela de Heliópolis, em São Paulo.
Em Heliópolis, o Facebook mantém, desde o fim do ano passado, um programa de empreendedorismo que inclui a construção de um laboratório com 15 computadores onde serão ministrados cursos de internet e de gestão empresarial para moradores da comunidade.
Trata-se de um laboratório de inovação para jovens empreendedores, com cursos que ensinarão desde como usar o Facebook até estratégias de marketing na rede social.
"Estamos muito animados com essa parceria, diferente das que vínhamos firmando ao redor do mundo com a internet.org. No Brasil, vamos trabalhar com o governo e com a iniciativa privada para proporcionar conectividade, envolvendo tecnologia física, como fizemos em Heliópolis. Acreditamos que será possível fazer isso em vários lugares do país e do mundo", afirmou Zuckerberg.
"Vamos desenhar um projeto comum cujo objetivo fundamental é a inclusão digital; o Facebook é um dos grandes produtos que geraram essa revolução, similar à introdução da energia elétrica. Na época, o mundo foi iluminado, agora, o mundo também é iluminado pelo acesso ao conhecimento", disse Dilma.
No programa brasileiro, o acesso por celular à internet também será limitado, mas a ideia seria não depender totalmente das operadoras -inclusive porque o Facebook tem atritos com essas empresas. O Facebook tira receita das operadoras com aplicativos como o Whatsapp, que faz ligações.
No Panamá, Dilma se reuniu com Zuckerberg por mais de uma hora e tirou foto vestida com um agasalho cinza do Facebook que tinha uma bandeira do Brasil bordada.