BRASÍLIA - O senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, é alvo de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. O processo teve início na Justiça Federal de São Paulo, mas foi encaminhado ao Supremo em fevereiro deste ano, uma vez que o ex-ministro de Minas e Energia tem foro privilegiado.
Lobão é suspeito, de acordo com "O Estado de S. Paulo", que revelou o caso, de ser sócio oculto da holding Diamond Mountain, grupo sediado nas Ilhas Cayman, responsável por captar recursos de fundos de pensão, empresas que recebem dinheiro de bancos públicos, como o BNDES, e de fornecedores da Petrobras.
A defesa de Lobão nega que o ex-ministro tenha qualquer relação com a empresa, mas admite que no dia ministério de 2 de junho de 2011 o peemedebista recebeu no Ministério de Minas e Energia um executivo da holding, Marcos Henrique da Costa. No encontro, segundo o advogado de Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, foram tratados apenas assuntos relacionados a investimentos do grupo no País.
Também estaria presente no encontro o advogado maranhense Márcio Coutinho, ex-articulador político da campanha do filho do ex-ministro, Edison Lobão Filho (PMDB), a governador do Maranhão. Segundo o jornal, o ex-ministro seria representado na holding por Coutinho.
Costa é alvo das investigações da Justiça Federal de São Paulo, assim como Luiz Alberto Meiches, que são oficialmente responsáveis pela holding no Brasil. Diferentemente de Lobão, o processo que apura o envolvimento do dois não seguiu para o Supremo.
O advogado Almeida Castro nega que Lobão seja sócio da empresa ou tenha conhecimento detalhado de suas atividades. "O senador não tem qualquer relação com essa empresa", afirmou o advogado. Também sustenta que Coutinho é amigo pessoal de Lobão, mas não tem conhecimento das acusações.
O processo está em fase de pré-inquérito no STF. Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso definir se abrirá inquérito para apurar o envolvimento do ministro nas denúncias. A defesa de Lobão afirma que não foi notificada, nem teve acesso aos autos.
Lobão também é alvo de inquérito do STF por suposto envolvimento com o esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. A abertura do inquérito foi autorizada em março pelo ministro Teori Zavascki.