O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atribuiu ao governo a culpa pela crise política que motivou o rebaixamento da nota de classificação de risco pela agência Fitch. Nesta quinta-feira (13), a nota de crédito do Brasil caiu e o rating foi colocado sob perspectiva negativa, embora o país ainda mantenha o selo de bom pagador.
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A nota foi cortada de "BBB" para "BBB-", o último degrau antes do nível especulativo. Ao justificar o rebaixamento, a Fitch justifica que ele reflete o maior endividamento do governo, o aumento dos desafios para a consolidação fiscal e a piora da perspectiva de crescimento econômico.
"Claro que instabilidade política pode contribuir. O governo precisa fazer sua parte para estabilizar o processo político tendo uma base regular".
Para Cunha, o governo não "faz sua parte" e "não passa o grau de credibilidade necessário" para manter o grau de investimento nas agências de risco.
Entre as coisas que contribuem para a ausência de credibilidade, Cunha mencionou o envio da proposta de recriação da CPMF, num momento em que o governo tem uma base deflagrada e sabia que não haveria clima para aprovar o tema.
"Quando manda propostas inexequíveis para cobrir o deficit orçamentário, dentre elas, por exemplo, a recriação da CPMF, é obvio que contribui com conceito da instabilidade".
Outra razão mencionada pelo presidente da Câmara para o agravamento do quadro político é o fato de "o próprio governo ficar falando de processo de impeachment o tempo inteiro e isso fica na pauta como único assunto político". "Não só falando, mas partindo para o confronto. Na medida em que politiza, está acentuando a instabilidade política", completou Cunha.