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Cunha não tem legitimidade para presidir a Câmara e tenta tapetão, diz Wagner

Wagner disse ainda que a posicionamento de Cunha de ser "bunker da oposição" não é compatível com a cadeira da presidência da Câmara

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 03/12/2015 às 14:10
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Wagner disse ainda que a posicionamento de Cunha de ser "bunker da oposição" não é compatível com a cadeira da presidência da Câmara - FOTO: Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu a legitimidade para se sentar na cadeira da Casa que o julga e que o grande derrotado no episódio que culminou na abertura do processo de impeachment será o peemedebista. "Ele perdeu no campo e continua insistindo para ver se ganha no tapetão", disse "Na verdade, o grande derrotado desse processo é o presidente da Casa que vai ter que enfrentar, sem ameaças, o processo no Conselho de Ética", disse. 

O ministro destacou que o próprio presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), se manifestou dizendo que havia uma tentativa de obstrução do julgamento por parte de Cunha. "Realmente é complicado, porque ele tem o poder da caneta, de fazer a ordem do dia, realmente pressionou muito. Então creio que ele perdeu a legitimidade de estar sentado na presidência da Casa que está julgando." 

Wagner disse ainda que a posicionamento de Cunha de ser "bunker da oposição" não é compatível com a cadeira da presidência da Câmara. "Ele não pode ser nem governo absolutamente, nem ser o bunker da oposição. Mas durante muito tempo ele foi o bunker da oposição. Então acho que ele perdeu a posição de magistrado, mas essa foi uma decisão dele", disse, complementando que, de uma certa forma, "ele até era oposição ao vice Michel Temer, por ser oposição ao governo da presidente Dilma". 

O ministro destacou que as chantagens de Cunha para tentar se livrar de um processo de cassação no Conselho de Ética eram públicas e prejudicavam o País. "Eu não sou obrigado a ser verdadeiro com alguém que usa o próprio poder para paralisar o País e paralisar a vida do Congresso Nacional, tanto que imediatamente depois ele já disse que vai prorrogar as CPIs. Sempre é a ferramenta da ameaça."

Segundo Wagner, o peemedebista, depois de esgotar conversas com a oposição, tentou, sem sucesso, obter apoio do governo. "Quando ficou feio para a oposição estar se abraçando (a Cunha) nessas situações, ele vem tentar conosco e também não levou."

O ministro destacou que o governo não vai querer brigar com Cunha. "Nossa briga não é com Eduardo Cunha. O presidente tem uma briga com o Conselho de Ética", disse, ressaltando que essa é uma questão interna da Câmara.

Para Wagner, o rompimento definitivo do governo com Cunha coloca fim à chantagem. "Acho ótimo. Sai-se da coxia e vem-se para palco. Acaba chantagem", disse. 

 

Confiança

O ministro disse ainda estar confiante de que o processo de impeachment não culminará no afastamento da presidente e afirmou que a estratégia do governo para barrar o andamento do processo é "mostrar a realidade dos fatos e desmontar a tese do impeachment sem causa". 

Segundo Wagner, o fato de o governo não atingir a meta fiscal não pode caracterizar crime de responsabilidade. "Hoje temos vários governadores que por dificuldade e não por dolo, não por crime, não estão conseguindo honrar compromisso salarial. Isso seria motivo para fazer impeachment de governador?" questionou.

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