O dólar se manteve em queda durante toda a sessão desta terça-feira (12), com desmonte de posições compradas de tesourarias bancárias e de investidores em geral, diante de uma perspectiva de liquidez global elevada. No entanto, nos minutos finais do dia, o dólar atingiu uma série de máximas e reduziu as perdas, em um movimento de busca por proteção, sob expectativa do anúncio de novo leilão de swap cambial reverso, para esta quarta-feira (13).
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No mercado de balcão, o dólar à vista fechou em queda de 0,41%, aos R$ 3,2943, perto da máxima intraday de R$ 3,2975 (-0,31%). A mínima, por outro lado, ficou afastada, em R$ 3,2652 (-1,28%). O volume de negócios registrado na clearing da BM&F Bovespa foi de US$ 1,048 bilhão. Já no mercado futuro, o contrato de dólar para agosto encerrou aos R$ 3,3145, em queda de 0,48%, com giro de US$ 13,443 bilhões.
A demanda por dólar, no final da sessão, também foi decorrente de uma aparente busca por proteção antes da votação, amanhã, que definirá o novo presidente da Câmara dos Deputados, após renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ao cargo. Até o momento, 12 políticos já registraram a candidatura para a cadeira e o escolhido assumirá um mandato tampão até fevereiro de 2017, sendo responsável por conduzir as propostas de interesse do governo neste segundo semestre.
O mercado também operou com a possibilidade de o Banco Central anunciar novamente leilão de swap cambial reverso para amanhã. "Sempre fica a dúvida se vai ter mais swap reverso ou não, e qual será o lote", apontou o diretor da Correparti, Jefferson Rugik. "Na dúvida, o mercado se protege, compra dólar", acrescentou. Após o fechamento do pregão, o BC correspondeu à expectativa e anunciou novo leilão de 10 mil contratos de swap cambial reverso.
Nesta terça, a autarquia, comandada por Ilan Goldfajn, realizou seu sétimo leilão em oito sessões deste mês, com um total de US$ 3,5 bilhões negociados nas operações. "A atuação do BC nesta terça-feira, no entanto, apenas limitou a queda do dólar, sendo insuficiente para mudar a direção da divisa norte-americana para cima", disse José Carlos Amado, operador da Spinelli Corretora.
A baixa do dólar foi direcionada pelo desmonte de posições compradas, em meio a expectativas de liquidez elevada no mercado internacional. No Japão e China, por exemplo, discute-se a possibilidade de anúncio de medidas adicionais de estímulo à atividade, enquanto a leitura do mercado é de que uma elevação de juros nos EUA só deve ocorrer a partir do final do ano. Com isso, os participantes do mercado vislumbram a entrada de capital no Brasil.