Memória Política

Nova versão para a morte da militante Anatália Melo Alves

Comissão estadual da Verdade divulga novas informações sobre o caso da miltante, encontrada morta nas dependências do Dops, no Recife

Do JC Online
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Publicado em 14/02/2013 às 7:20
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A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara promete para esta quinta-feira novas informações sobre o caso Anatália Melo Alves, encontrada morta nas dependência do extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no Recife, há quatro décadas. As informações que serão divulgadas são relativas ao local de sepultamento da militante e às condições em que foi encontrado o corpo de Anatália. Esse dados se chocariam com o atestado de óbito, que aponta apenas “asfixia por enforcamento” como causa da morte, corroborando com a versão oficial de suicídio.

Segundo o coordenador da comissão, Fernando Coelho, “o termo é ambíguo, que permite interpretação equivocada do que de fato ocorreu”. Entretanto, ainda não há confirmação se o colegiado pedirá na Justiça a alteração do atestado de óbito, como ocorreu com o caso do jornalista Vladimir Herzog, investigado pela Comissão Nacional da Verdade, cuja a causa mortis foi alterada pela Justiça de São Paulo de “asfixia mecânica” para “morte que decorreu de lesões e maus-tratos sofridos na dependência do 2º Exército de São Paulo”. Como ocorreu no caso de Herzog, a comissão espera ser provocada pela família da vítima. O viúvo de Anatália, Luiz Alves Neto, estará presente no anúncio.

A apuração do caso começou em novembro passado, em uma sessão na qual foram ouvidos, além de Luiz Alves Neto, os ex-presos políticos José Adeildo Ramos e Edmílson Vitorino de Lima, que dividiram as dependências do Dops na mesma época que Anatália. Militante do Partido Comunista Revolucionário Brasileiro (PCBR), Anatália foi presa no final de 1972 e submetida a interrogatório com tortura física e sexual. Em 22 de janeiro de 1973, apareceu morta no banheiro da instituição.

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