Quarenta e três anos após o episódio que traumatizou a Igreja Católica, chocou a opinião pública e repercutiu contra o regime militar no exterior, a verdade aparece sobre a motivação e os autores materiais do trucidamento do padre Antônio Henrique Pereira da Silva Neto, padre Henrique, da Arquidiocese de Olinda e Recife. De posse de documentos inéditos produzidos pelo Serviço Nacional de Informação (SNI) e pelo Ministério da Justiça, em 1970 – um ano após a morte do religioso (27 de maio de 1969) –, a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara trouxe à tona, nesta segunda (22), os autores materiais do crime. Os documentos foram obtidos por pesquisadores da Comissão Estadual e outros enviado pela Comissão Nacional da Verdade. Padre Henrique era auxiliar do então arcebispo dom Helder.
Com base em informe confidencial (nº 685) dirigido ao chefe do SNI, em Brasília, general Carlos Alberto da Fontoura, de 30 de junho de 1970, os responsáveis são identificados como “jovens radicais da direita em co-autoria com investigadores da Polícia Civil”, que usaram veículo oficial da SSP/PE. O informe, lastreado nos autos do processo de investigação, que o promotor José Ivens Peixoto de Carvalho (já falecido) deveria usar para pronunciar os acusados, o que nunca fez – devido à interferência do Ministério da Justiça e do SNI – acusa como autores materiais do crime: o estudante Rogério Matos do Nascimento, o menor Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues (17 anos na época, sobrinho de José Bartolomeu Lemos Gibson, já falecido, delegado-diretor do Departamento de Investigação da SSP/PE), e os investigadores de polícia Rível Rocha (falecido) e Humberto Serrano de Souza. Este último citado pela primeira vez no caso.
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Confira abaixo o documento do SNI sobre a morte do padre Henrique