LEGISLATIVO

Deputados ''fecham'' os olhos para o caso de censura à imprensa

Durante a sessão da terça-feira (3), nenhum parlamentar quis comentar o cerceamento ao JC e ao Diario de Pernambuco

Bruna Serra
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Bruna Serra
Publicado em 04/09/2013 às 7:11
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Envolvido com seu smartphone, o pastor Ossésio Silva (PRB) nem percebeu quando o colega que presidia a sessão ordinária de ontem, na Assembleia Legislativa de Pernambuco, deixou apressadamente a cadeira, passando para o deputado André Campos (PT) a missão de conduzir os trabalhos.

Também não se deram conta do fato os deputados Rodrigo Novaes (PSB) e Leonardo Dias (PSB), que conversavam animadamente do outro lado do plenário.

Na Casa de Joaquim Nabuco não se pode identificar um único parlamentar capaz de tratar na tribuna o caso da censura imposta aos periódicos pernambucanos. Ainda que a medida de cercear os jornais tenha sido fruto da mobilização de um dos parlamentares da Assembleia.

No Legislativo Estadual, a ordem é não polemizar para evitar retaliações. Com o plenário lotado, ficou impossível não perceber que os deputados evitaram se aproximar da tribuna, onde estão os jornalistas designados para fazer a cobertura da sessão plenária.

Em quase duas horas de reunião, nenhum deles citou o episódio da censura, nem mesmo de forma reservada ou sob o resguardo de anonimato.

O deputado Sílvio Costa Filho (PTB) discursou em favor do voto aberto na Casa, destacando a necessidade de um Legislativo mais transparente. Foi aparteado por outros três colegas, que também não usaram seus tempos para lembrar o episódio em voga.

Como de praxe, o café era servido. Copinhos de água e chá também eram oferecidos. Muitas conversas ao pé do ouvido, muitas risadas, nenhum semblante de preocupação com o cerceamento da liberdade de imprensa no Estado, que repercutiu em todo Brasil desde a segunda (2).

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