Ponderando que a consulta que resultou no parecer pela regularidade no recebimento da dupla remuneração do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), – que já abriu mão de uma gratificação – foi uma decisão unânime da Corte, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Marcos Loreto, afirmou, ontem, em nota, que a decisão foi respaldada por todos os integrantes do pleno.
“O que houve foi uma consulta da Controladoria do município ao TCE sobre a legalidade de pagamento feito a servidores públicos com mais de um vínculo, ou à disposição de outros órgãos. O tribunal respondeu, por unanimidade, em processo do qual fui relator, que qualquer gratificação paga a servidor que for natureza ‘remuneratória’ entra no cálculo do teto salarial; se for de natureza ‘indenizatória’ (vale-transporte, auxílio-alimentação, por exemplo) não entra no cálculo. A consulta não fala em nenhum momento no nome do prefeito Geraldo Júlio. Até porque, se falasse, seria arquivada como ‘caso concreto’”, assegurou o conselheiro, em nota em resposta a matéria “Laços de família nos quadros da prefeitura”, publicada na edição do último domingo (15).
Sobre a relação de sua irmã com o prefeito, Marcos Loreto garantiu que não foi por intermediação dele que Mônica Coelho Loreto foi indicada para um cargo na prefeitura. Loreto destacou que a relação de Mônica com Geraldo vem da segunda administração do ex-governador Miguel Arraes de Alencar (1987-1990).
“A relação dela com a família de Geraldo Júlio é antiga. Vem do segundo governo de Miguel Arraes, quando ela trabalhou na Secretaria de Infraestrutura junto com Mariângela, mãe do atual prefeito. Em 2007, Geraldo convidou-a para trabalhar com ele na Secretaria do Planejamento (quando eu ainda não era conselheiro), em seguida na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e, por fim, na Prefeitura do Recife”, sustenta a nota.