Por meio de nota, a Secretaria estadual de Turismo (Setur) alegou que a escolha pela banda paulista Karametade atende ao critério de pluralidade do Carnaval pernambucano. A Setur explicou que o processo de escolha é feito em parceria com as prefeituras a partir de uma lista de artistas inscritos. “A programação é elaborada a partir de artistas inscritos na convocatória e convidados. Um diálogo que objetiva contemplar os diversos ritmos, estilos e modos de celebrar o Carnaval, respeitando o gosto popular e, ao mesmo tempo, fomentando a cultura tradicional de cada território”, diz o texto.
Artistas com cachês mais baratos, como Almir Rouche, que cobra menos da metade que a banda paulista - aproximadamenteR$ 35 mil por evento- , só vai se apresentar três vezes nos pólos do Governo. A Secretaria ainda alegou que shows pagos a partir de emendas parlamentares não constam na agenda da Setur porque não serão realizados em cidades pólo do Carnaval.
Em contato rápido com a reportagem, um dos responsáveis pela Star Poduções, que faz o agendamento dos shows em Pernambuco, Erilson Hermes, explicou que durante o Carnaval a banda prefere tocar em um único lugar. “A logística de transporte entre uma cidade e outra no Carnaval fica muito complicada”, justificou. Ele ainda alegou que o grupo é conhecido e que, inclusive, se apresentou recentemente em programas nacionais de televisão.
Segundo ele, o cachê do grupo musical é de R$ 60 mil, mas para as apresentações de Carnaval em Pernambuco houve um acréscimo de R$ 15 mil em virtude dos gastos com passagem, alimentação e hospedagem. De acordo com ErilsoHermes, essa não a primeira vez que o Karametade participa da Festa de Momo em Pernambuco. “Em 2011, também tocamos. Fizemos seis ou sete shows, sem polêmica nenhuma”, alegou.
Os deputados Sílvio Costa Filho, Antônio Moraes e Gustavo Negromonte, responsáveis por destinar emendas para o pagamento do cachê da banda, não atenderam aos telefonemas da reportagem.