CRISE NA PETROBRAS

Mais R$ 1 bilhão em aditivos vêm por aí para a Refinaria Abreu e Lima

Escalada no custo da refinaria parece não ter fim e no próximo mês uma equipe do TCU vai avaliar pedidos de aditivos de empreiteiras

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 23/03/2014 às 6:12
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A escalada nos custos da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) parece não ter mais fim. No próximo mês, uma equipe de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) vai desembarcar no Porto de Suape para avaliar, em campo, pedidos de aditivos de contratos de quatro grandes empreiteiras, que somam aproximadamente R$ 1 bilhão. Mais uma vez, imprecisões na elaboração dos projetos vão tornar a obra ainda mais onerosa. A fiscalização do TCU é resultado da auditoria realizada no ano passado, com resultados recém-divulgados. 

“Em abril vamos ao canteiro de obras para comprovar problemas que detectamos em quatro contratos da Abreu e Lima. O resultado da auditoria feita em 2013 aponta para indícios de projeto básico deficiente, falha na estimativa de quantidade de materiais para a obra e atrasos no cronograma”, enumera o Secretário de Fiscalização de Obras de Energia e Saneamento do TCU, Eduardo Nery. 

Os pedidos de acréscimos nos valores foram encaminhados à Petrobras pela Queiroz Galvão, Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, responsáveis pela construção de unidades de produção que são consideradas o coração da refinaria. Só a Camargo Corrêa pede um aumento de R$ 600 milhões sobre o valor original de R$ 3,4 bilhões. Os aditivos das quatro empresas somam R$ 943 milhões. 

“Um dos problemas foi a construção das tubovias (interligações dentro da refinaria). Erros na caracterização do solo, que é mole na região, elevaram em 568% a quantidade de estacas na tubovia. Isso resultou num aumento de R$ 150 milhões”, exemplifica Nery. Como essas obras já estão com nível de execução avançado, o TCU poderá responsabilizar a Petrobras e as empresas mesmo depois da conclusão da Abreu e Lima. 

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