HISTÓRIA

Engenho Galileia celebra 60 anos da primeira Liga Camponesa no Brasil

Entidades representativas dos trabalhadores de campo, dos direitos humanos, sindicatos e estudantes se reúnem amanhã, a partir das 8h30, no Engenho Galiléia, em Vitória de Santo Antão, para comemorar e lembrar os 60 anos de fundação da primeira Liga Camponesa no Brasil

Carolina Albuquerque
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Publicado em 10/01/2015 às 8:00
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Entidades representativas dos trabalhadores de campo, dos direitos humanos, sindicatos e estudantes se reúnem amanhã, a partir das 8h30, no Engenho Galiléia, em Vitória de Santo Antão, para comemorar e lembrar os 60 anos de fundação da primeira Liga Camponesa no Brasil - FOTO: Divulgação
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Entidades representativas dos trabalhadores de campo, dos direitos humanos, sindicatos e estudantes se reúnem amanhã, a partir das 8h30, no Engenho Galiléia, em Vitória de Santo Antão, para comemorar e lembrar os 60 anos de fundação da primeira Liga Camponesa no Brasil. O ato político também marca o início do ciclo de comemorações do centenário de nascimento de Francisco Julião, líder e advogado da Liga.

Filho de Julião, Anacleto, é quem está à frente da organização do evento, que espera reunir cerca de 300 pessoas. “Estamos conscientes de que, exaltando as lutas e conquistas dos trabalhadores do campo na Galileia, estamos reforçando os compromissos de luta pela Reforma Agrária no Brasil, processo ainda inacabado de transformações econômicas, políticas e sociais nas zonas rurais brasileiras”, declarou Anacleto. Foi na década de 1950, nas terras do Engenho Galileia que houve a primeira expropriação de terra para fins de reforma agrária na história do Brasil. 

Quem abrirá o evento será o coral de Crianças da Escola Zezé da Galileia, regido pelo maestro Geraldo Minucci. De acordo com Anacleto, confirmaram presença movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape), Comissão Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco e representantes da pasta de Direitos Humanos do Governo Federal e do Governo Estadual.

Além de Francisco Julião, o mais destacado dos líderes das Ligas Camponesas, o evento ainda renderá homenagem a uma figura importante para a criação desse movimento de trabalhadores rurais: José Ayres dos Prazeres. Seu nome batizará a biblioteca que será aberta ao público com documentos e livros sobre o período e os trabalhadores que fizeram a Liga Camponesa do Engenho Galileia. Aos 58 anos, a filha de José Ayres dos Prazeres, Josinalda Alves, que luta para trazer à tona a história de luta de seu pai, estará presente para participar da homenagem. 

No ano passado, o JC publicou, por ocasião dos simbólicos 50 anos do golpe militar, uma reportagem sobre José Ayres dos Prazeres e trouxe à público uma entrevista inédita com Francisco Julião, realizada em fevereiro de 1994. Preso por diversas vezes pela Ditadura Vargas e Ditadura Militar, José Ayres dos Prazeres morreu em 1968.

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