Parlamentares gastaram mais de R$ 34 mi em 4 anos

Ao final de quatro anos de mandato, é possível verificar que a maioria dos 25 deputados federais de Pernambuco fizeram um esforço para usufruir ao máximo da cota parlamentar, instituída em 2009. A atual bancada federal (em exercício desde 2011 e que termina a legislatura no início de fevereiro de 2015) gastou, incluindo os suplentes, um total de R$ 34.370.189,93, referente à verba parlamentar. Isso significa R$ 1.374.807,00 para cada um deles. O recurso, um extra ao subsídio mensal que até o final do ano passado era de R$ 26.723,13, é destinado ao custeio de passagens aéreas, refeições, aluguel de veículos, gasolina, publicações e telefonia.

O líder no gasto da cota parlamentar foi o deputado federal reeleito Silvio Costa (PSC), que usufruiu de R$ 1.574.480,25 durante o seu último mandato na Câmara Federal. Em seguida, destacando no ranking os cinco maiores “gastadores”, vem Luciana Santos (PCdoB), com R$ 1.552.178,23; Pedro Eugênio (PT), R$ 1.547.825,37; Cadoca (PCdoB), R$ 1.542.821,17; e Bruno Araújo (PSDB), R$ 1.537.639,75 (Veja a tabela abaixo). 

Vale lembrar que os pernambucanos tem direito a gastar mensalmente R$ 35.256,76, o que soma R$ 1.692.324,48 ao final de quatro anos. Isto é, faltou pouco para a grande maioria dos parlamentares alcançarem o teto máximo do gasto. O único que não ultrapassou a barreira do um milhão foi o deputado federal Inocêncio Oliveira (PR), que termina o mandato tendo despendido até o final de 2014 um total de R$ 821.995,98.

Nos quatro anos da legislatura, prestes a se encerrar, ocorreram 374 sessões deliberativas – quando há discussão e votação de proposições. Numa média, seriam 93 por ano. Número esse, há de se concordar, já muito inferior ao de um trabalhador comum. Mesmo assim, houve quem fizesse 99 faltas, caso do deputado federal reeleito Anderson Ferreira (PR). Num cálculo simples, é como se ele tivesse se ausentado de todas as votações, ainda que ganhando mensalmente, durante todo um ano legislativo.

Entre os cinco mais faltosos, estão, logo abaixo de Anderson, os deputados Paulo Rubem (PDT), com 98 ausências; José Chaves (PTB), também com 98; Bruno Araújo (PSDB), com 92; e Eduardo da Fonte (PP), com 80. Com exceção de Chaves e Paulo Rubem, que não tentaram a reeleição, os outros três ganharam um novo mandato no pleito de 2014. Pesa a favor desses o fato de que a maioria das ausências foram justificadas, isto é, avalizadas pela Câmara Federal.Os 24 deputados federais que cumpriram quase que integralmente o mandato somaram 2.214 ausências durante a presente legislatura.

Ainda não foi desta vez que houve um deputado que cumprisse com 100% das sessões. Contudo, é possível destacar aqueles que somaram um número razoável de faltas para quatro anos de trabalho. O menos “faltoso” foi o suplente Severino Ninho (PSB), com 19 ausências, que cumpriu quase que inteiramente o mandato em razão da renúncia de Ana Arraes e o licenciamento até abril de 2014 de Danilo Cabral, ambos do PSB. Em seguida, vem Raul Henry (PMDB), com 29; e Fernando Ferro (PT), com 34. Nenhum deles continuam na Câmara Federal a partir de fevereiro de 2015.