Ex-deputado federal pelo PP de Pernambuco condenado no mensalão, Pedro Corrêa, recebeu R$ 5,3 milhões de uma só vez por meio do esquema de corrupção na Petrobras. É o que afirma o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, em depoimento prestado aos investigadores da Operação Lava Jato, sob o rito de delação premiada. O depoimento foi prestado no dia 9 de janeiro, mas só foi liberado nesta semana.
Tratava-se se um repasse extraordinário, pois não era comum que um único parlamentar do PP recebesse uma quantia desse montante do caixa de propinas do PP, diz a delação. Segundo Costa, o valor foi repassado no primeiro semestre de 2010 e serviria para a campanha eleitoral de Pedro Corrêa naquele ano. Além do valor - que estava marcado como 5,3 Pe em uma caderneta apreendida pela Polícia Federal, e que Paulo Roberto Costa afirmou tratar-se do montante e do ex- deputado-, o delator afirma que Pedro Correa recebia parte dos repasses periódicos destinados ao PP e oriundos das propinas pagas nos contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento.
O advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira, que defendeu o ex-deputado no processo do mensalão, afirmou, que não poderia comentar porque ainda não conversou com Corrêa sobre o caso nem teve acesso à delação de Paulo Roberto Costa. Afirmou, ainda, que não há acusações contra seu cliente. Já o primo do condenado e também seu advogado, Clovis Corrêa, disse ao JC que a acusação “não faz sentido”, uma vez que Pedro Corrêa não foi candidato a nada em 2010. “Não conversei com ele, pois está incomunicável na prisão. Mas estou fazendo por dedução. Não é verdadeiro porque ele não foi nem candidato. Como iria receber um dinheiro se não tinha candidatura?”, justificou o advogado e familiar.
Quarto condenado no mensalão a ter o nome citado durante as investigações da Operação Lava Jato, Corrêa (PP-PE) está preso no Centro de Ressocialização do Agreste, em Canhotinho, a 206 km do Recife. Ele foi condenado a 7 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo seu advogado, Clovis Corrêa, ele tentou indulto para sair da prisão durante o período de Carnaval, o que foi negado pela justiça.