A parceria entre PCdoB e PT que dura 14 anos em Olinda pode tomar sentidos opostos no pleito de 2016. O PCdoB dá sinais de quer se manter no poder. Nos bastidores do partido, há indicativos que a deputada federal Luciana Santos, que já comandou a cidade por oito anos, volte a disputar o pleito. Paralelamente, o aliado PT acredita que será a sua vez de lançar sua candidatura majoritária em 2016, depois de ficar na vice-prefeitura durante todo esse tempo. Teresa Leitão é o nome mais cotado para o enfrentamento. O discurso oficial é que as duas legendas buscam entendimento, junto aos demais aliados, sobre quem será o candidato majoritário.
No PCdoB, as conversas ainda não avançaram, afirma a presidente nacional da legenda e ex-prefeita Luciana Santos. Ela não descarta a possibilidade de disputar mais uma vez a prefeitura.
Leia Também
“Depende da evolução das conversas”, diz. Mas também dá sinais de que o partido poderá abrir a candidatura para aliados. “Não tem que ser necessariamente do PCdoB. Precisamos consolidar bem a política que deu governança em Olinda. É preciso manter consolidada a coalizão que governou Olinda durante todo esse tempo. Qualquer caminho para nós é possível”, afirmou.
A parlamentar acredita, ainda, que a rejeição do atual prefeito, Renildo Calheiros, por parte da população não seja um impedimento para o PCdoB seguir no comando da gestão. “Isso acontece com todo mundo em qualquer momento. A presidente Dilma mesmo tem altos e baixos de popularidade. E hoje não temos indicadores que mostrem de maneira mais objetiva porque não temos pesquisas recentes”, justifica.
O PT aponta que não deixará outro partido tomar a dianteira da disputa. “Está na hora do PT”, afirma a presidente estadual da legenda, Teresa Leitão. Segundo ela, há conversas informais sobre a necessidade de o PT lançar sua candidatura.
Desta vez, garante a petista, erros cometidos em 2012 em Olinda não serão repetidos. “Espero que a gente não tenha o afobamento de 2012, quando tínhamos até maio para decidir a aliança e definimos em março, devido a uma pressão interna do partido. Chegou maio e o cenário era outro. Foi uma pressa que trouxe imperfeição. É preciso agora discutir com muita calma”, acrescentou.
No fervor da campanha para o segundo turno em 2014, durante uma caminha pró-Dilma em Olinda, Teresa era aclamada pelos militantes petistas nas ruas como “prefeita”. Na época, questionada se disputaria a eleição municipal em 2016, ela respondeu com entusiasmo que “dependia apenas do partido”.