ALEPE

Deputado vai à Justiça pelo ''uso da força'' da PM nos protestos de domingo

Joel da Harpa entra com ação preventiva para que policiais "não se sintam coagidos" na atuação contra manifestantes e fala em reação "desproporcional" do MST

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 11/03/2015 às 1:42
Roberto Soares/Alepe
Joel da Harpa entra com ação preventiva para que policiais "não se sintam coagidos" na atuação contra manifestantes e fala em reação "desproporcional" do MST - FOTO: Roberto Soares/Alepe
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Um pedido de permissão para usar a força sem se sentir coagido a não bater. Um dos líderes da greve da PMPE de 2014 e representante da categoria na Assembleia Legislativa, o deputado Joel da Harpa (Pros) anunciou, nesta quarta (11), o ajuizamento de um mandado de segurança preventivo para “resguardar as ações” dos agentes de segurança – policiais militares –, em Pernambuco, na manifestação marcada para domingo (15), na Avenida Boa Viagem, como parte da mobilização nas redes sociais contra o governo federal e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O deputado-militar denunciou uma possível “manifestação desproporcional de grupos ligados ao MST (Movimento dos Sem Terra)” em defesa da presidente Dilma. Reação, inclusive, segundo alertou, que terá a “utilização de armas” para intimidar os manifestantes contra o governo. Joel disse que o mandado judicial quer resguardar as ações dos agentes de segurança. “Que nenhum policial se sinta coagido a não usar a força necessária para manter a ordem pública”, justificou.

Joel da Harpa é membro da Frente Nacional de Parlamentares Militares e de Segurança Pública, bancada que tem como maior líder o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que impetrou a ação em Brasília e enviou a peça para que os demais Estados repetirem a iniciativa. Joel alertou, na Alepe, a segurança do Estado a “estar preparada para enfrentar os vândalos”, caso tente impedir a manifestação. “Mobilização em repúdio à má administração do governo (federal), que inclusive me processou em 2014 pela paralisação da PMPE”, disse.

A ação de Bolsonaro, em Brasília, pede “providências operacionais” da PM do Distrito Federal a partir de hoje para impedir o acesso de pessoas portando instrumentos agrícolas como foice, facão, machado e enxada. O bloqueio vale tanto para o ato de amanhã do MST, CUT e entidades sociais em defesa do governo Dilma quanto o pelo impeachment, no domingo.

REBELDIA

O deputado governista André Ferreira (PMDB) denunciou, na Alepe, a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) suficientes para os policiais militares e civis no Estado. Citou que a PMPE tem efetivo de 22 mil homens e “menos de 12 mil coletes”, alguns com prazo de validade vencido, que são utilizados pelos policiais e que a PMPE cobra R$ 400 pela farda e R$ 1,6 mil por colete. A denúncia foi negada pela liderança do governo, a partir de contestação do comando da corporação.

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