O ano de 2015 será fundamental para o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), galgar sua corrida para a reeleição. Ele precisa apresentar obras prontas, em pleno uso da população, para, além de mostrar no guia eleitoral, não dar motivos à oposição de bater na sua gestão. Parte das obras prometidas na campanha de 2012 estão em andamento, mas com cronogramas atrasados.
Embora o próprio Geraldo Julio diga que ainda não é hora de falar no pleito do próximo ano, o ritmo de trabalho e a preocupação com o andamento das obras mostre o contrário. “Sobre reeleição, a gente fala em 2016”, disse.
A falta de recursos, queixa recorrente de muitos gestores, inclusive dos governadores do Nordeste que estiveram na semana passada com a presidente Dilma Rousseff (PT) pleiteando financiamento de obras estrutrurais para a região, não representa um problema para o Recife, segundo Geraldo Julio. “Não falta nada, as obras estão em andamento, elas vão acontecer normalmente e nós vamos ter a oportunidade de acabá-las até o final do ano”, garantiu.
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Logo em seguida, o prefeito destacou que este é um ano de muitas dificuldades, diante do cenário econômico nacional. “É um ano muito difícil para o Brasil. A gente sabe que as prefeituras Brasil afora estão vivendo um momento de muitas dificuldades, os governos estaduais também”, declarou.
Na lista de prioridades de Geraldo Julio, constam o Hospital da Mulher, entrega de dois Compaz, creches e escolas, Upinhas e a Via Mangue.
Maior obra da Prefeitura do Recife, o Hospital da Mulher é uma das ações atrasadas. Prometida para outubro do ano passado, a obra está em 70%, segundo a Secretaria de Saúde. O município diz que o atraso se deve a demora do governo federal em liberar recursos para a execução da unidade. O hospital está orçado em R$ 58 milhões, dos quais apenas R$ 10 milhões seriam de contrapartida da prefeitura. Até agora, a União desembolsou R$ 26 milhões.
A construção de cinco Centros Comunitários da Paz (Compaz) é outra promessa de campanha do prefeito que está atrasada. As obras de dois deles começaram, nos bairros do Cordeiro, na Zona Oeste, e no Alto de Santa Terezinha, na Zona Norte. Eles ganharam, respectivamente, o nome de Ariano Suassuna e Eduardo Campos. Juntos, vão custar R$ 28,5 milhões.
O Compaz que leva o nome do ex-governador deveria ter sido entregue em março de 2014, mas só ficará pronto no segundo semestre deste ano. Já o do Cordeiro, prometido para abril passado, deve ser inaugurado no final de 2015. Um terceiro Compaz foi anunciado para o local onde fica o Centro Social Bidu Krause, no Totó, mas segundo a Secretaria de Segurança Urbana ainda não há previsão para que ele saia do papel.
Na área de saúde, o cronograma também está atrasado. O programa de governo de Geraldo Julio prometia 20 Upinhas 24 horas, que ficam abertas durante todo o dia e ofertam atendimento para pequenas emergências, e 22 Upinhas Dia, que funcionam como unidades de saúde da família. Seis Upinhas foram colocadas em funcionamento dos dois modelos. A prefeitura diz que irá entregar outras 17 unidades até dezembro, das quais sete já estão em andamento.
Cenário parecido acontece com os 42 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) que foram prometidos para 2016. Apenas sete ficaram prontas nos dois primeiros anos de mandato e seis estão em andamento, mas a previsão é que só quatro dessas sejam concluídas até dezembro. Outras quatro estão em processo de licitação, informa a Secretaria de Educação.