A reunião do governador Paulo Câmara (PSB) com a bancada federal pernambucana no próximo dia 15 de abril não terá como tema único o pacote de ajuste fiscal enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional. Em uma reunião com os gestores dos nove Estados do Nordeste na semana passada, a presidente Dilma Rousseff (PT) colocou a aprovação dessas medidas como condição para ajudar a região. “O ajuste fiscal faz parte do encontro, mas vamos tratar de outros projetos que estão tramitando no Congresso”, informou Paulo.
O governador voltou a lembrar que 2015 será um ano de dificuldades econômicas e adiantou que pedirá à bancada para evitar uma postura que prejudique o Estado e os municípios. “As questões das receitas e despesas têm que ser analisadas com muito cuidado”, falou. Ele ainda listou os tópicos principais do encontro do dia 15. “Projetos relativos à reforma tributária, ao ICMS, ao comércio eletrônico e ao próprio ajuste fiscal”, disse.
O posicionamento do governador é favorável ao ajuste fiscal - ele já disse que deveria ter sido feito antes -, mas dentro da bancada pernambucana nem todos gostam do pacote do governo federal. “Vamos discutir dentro do partido antes de definir uma posição. Não é fácil a gente apoiar (o pacote). Quem está pagando a conta do ajuste é a população. O governo federal não mostrou nada que possa ter contribuído para rearrumar a economia. Não houve esforço de cortar na carne”, afirmou o deputado federal Mendonça Filho (DEM), que integra a base de apoio a Paulo e faz oposição à gestão Dilma Rousseff.
Antes de ir a Brasília, o governador se reunirá com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no dia 7 de abril. “Estou indo a São Paulo ver assuntos relativos a investimentos em Pernambuco e encontrarei o ex-presidente. Vamos discutir esse momento que o Brasil vive. É sempre bom conversar com uma pessoa experiente”, falou.
Paulo também mandou um recado aos seus auxiliares que têm planos de disputar as eleições municipais em 2016. “Os meus secretários foram convidados para ficar os quatro anos no governo. Esse assunto (das eleições) só vou discutir em 2016”, declarou.
EDUCAÇÃO
Representantes de projetos ligados à busca da melhoria do ensino no Brasil se reuniram ontem com Paulo e o vice-governador Raul Henry (PMDB) e elogiaram o desempenho do Estado na área educacional.
A reunião ocorreu um dia antes dos deputados estaduais votarem no plenário da Assembleia Legislativa o projeto do governo que atualiza o piso salarial de 4.060 professores. A matéria é contestada pelo sindicato da categoria, que alega discriminação com outros docentes do Estado.