Em sua passagem por Timbaúba, Paulo Câmara (PSB) foi muito festejado por políticos e moradores locais, mas não escapou de críticas. Ao chegar à Escola Técnica Estadual Miguel Arraes para a abertura do Todos por Pernambuco na cidade, o governador foi recepcionado por um grupo de alunos da rede pública estadual que cobravam por melhorias na área de educação. Não demorou e a manifestação foi reforçada por cerca de 200 professores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), que saíram do Recife para protestar contra o socialista. A categoria entrou em greve este mês.
Com exceção de uma professora que conseguiu se aproximar do governador para cobrar por mais diálogo, Paulo preferiu não conversar com os manifestantes. Ainda assim, ele disse que estava disposto a retomar as negociações com os docentes desde que a categoria encerre a greve. “Não podemos desrespeitar o movimento, mas ao mesmo tempo não podemos rejeitar um decisão da Justiça, que disse que a greve é ilegal. Me prontifico a sentar com os professores tão logo eles encerrem esse movimento. O governo quer dialogar, mas não vai dialogar numa condição dessas, numa situação de ilegalidade. Isso não melhora a educação e a situação financeira do Estado”, declarou.
Coube ao secretário-executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, conversar com os professores grevistas. Após tomarem conhecimento que Paulo Câmara havia deixado o local das plenárias do Todos por Pernambuco para ir à cidade vizinha de Aliança, os manifestantes bloquearam a PE-82 por alguns minutos e depois fizeram uma passeata no centro de Timbaúba.
De acordo com o presidente do Sintepe, Fernando Melo, a categoria também está interessada em reabrir as negociações com o governo estadual. Ele colocou como condições para um entendimento entre as partes a eliminação de quaisquer punições da administração socialista aos docentes grevistas. “Nós estamos abertos ao dialogo, mas o governo tem que acabar com a repressão e com as intimidações”, falou.
O presidente do Sintepe também criticou a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) de aumentar de R$ 30 mil para R$ 80 mil a multa ao sindicato por conta da greve. “Entramos em greve em uma assembleia e só vamos sair da greve em outra assembleia e não por pressão do Judiciário”, falou, destacando que espera encontrar um entendimento com o governo estadual até a próxima segunda-feira.
