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Repasses de convênios federais para Pernambuco caíram 53% em 2015

Nos primeiros quatro meses do ano, União repassou R$ 70,6 milhões para PE. Em 2014, foram R$ 147,1 milhões

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 27/05/2015 às 18:00
Foto: Roberto Soares/Alepe
Nos primeiros quatro meses do ano, União repassou R$ 70,6 milhões para PE. Em 2014, foram R$ 147,1 milhões - FOTO: Foto: Roberto Soares/Alepe
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Às vésperas da divulgação do relatório fiscal com as contas do primeiro quadrimestre do Governo de Pernambuco, a deputada estadual Priscila Krause (DEM) apresentou nesta quata-feira (27) um balanço mostrando uma queda de 53% nos repasses voluntários de convênios do governo federal para órgãos da administração direta do Estado nos quatro primeiros meses de 2015, quando foram destinados R$ 70,6 milhões da União.

O valor representa menos da metade dos R$ 147,1 milhões que foram repassados no primeiro quadrimestre do ano pasado e são apenas 4,8% dos R$ 1,4 bilhões previstos para serem liberados ao longo do ano. A apreensão é que esse valor previsto nos convênios não seja atingido até o final do ano. Os dados são do Portal da Transparência.

"O cenário não é de esperança. A tendência é que ele piore. E a capacidade de reação do Governo de Pernambuco, eu não sei se ela virá", discursou Priscila na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A deputada, que faz oposição ao governo federal e mantém uma postura independente no plano estadual, criticou o modelo de gestão do PT, que infla e incha a máquina estatal.

A deputada do DEM defendeu, porém, uma união política para evitar que Pernambuco seja prejudicado pela crise econômica. "A gravidade é tamanha que o embate político agora é entrar num jogo de perde-perde. Isso não vai resolver", pontuou. "Ou as forças políticas se unem para reverter esse quadro, ou nós teremos dias muito ruins aqui em Pernambuco", alertou.

Conheça o relatório:

Apesar do gesto, o balanço serviu de munição para que o líder do Governo na Alepe, Waldemar Borges (PSB), criticasse a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT). "A queda é uma queda monumental. Até o ano retrasado, a gente teve R$ 1,6 bilhão dos chamados repasses voluntários. No ano passado, você já veio para R$ 600 milhões. Neste ano, está irrisório. Isso é lamentável. Isso é terrível porque isso atinge diretamente a capacidade de investimento do Governo do Estado", disse.

Waldemar adiantou que as estimativas iniciais apontam que o governo estadual vai somar R$ 300 milhões entre investimentos e inversões no primeiro quadrimestre. Ele também disse que a arrecadação deve ser superior às dos primeiros meses de 2014, mas que ela será menor que a expectativa inicial. Segundo o socialista, a situação de Pernambuco é melhor de outros estados pela capacidade do governo de antever a crise.

Presidente do PT-PE, a deputada Teresa Leitão garantiu que a queda nos repasses não é resultado de uma questão política. "Dilma teve a coragem de tomar medidas amargas, que para a base social do PT são controvertidas e contraditórias, está enfrentando reações do próprio PT, mas está indo em frente enquanto governo. Aqui a gente não vê nenhuma movimentação, a não ser a culpabilização do governo federal", se queixou.

Teresa também lembra que a candidatura presidencial do ex-governador Eduardo Campos foi construída em cima do discurso de que ele era a salvação para a crise e questiona a preparação do governo estadual para essa crise que era pregada na política. A petista também espera que o governo explique detalhadamente a queda de receitas e quais as fontes que resultaram na diminuição da arrecadação.

O relatório com o balanço fiscal do primeiro quadrimestre será publicado até o próximo sábado (30) no Diário Oficial e o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, fará uma apresentação dos dados na Alepe no próximo dia 10 de junho.

Neste ano, os principais repasses federais para o Governo do Estado foram de R$ 34,7 milhões para a Adutora do Agreste; R$ 9,3 milhões para a construção de escolas; R$ 3,4 milhões para o fomento ao setor agropecuário; e R$ 2,6 milhões para um programa para universalizar o acesso à água.

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