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Prefeitura do Recife vai investir menos que o programado em 2015

Corte nos gastos se deve à redução dos recursos do governo federal no ano de crise econômica

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 30/05/2015 às 5:00
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Corte nos gastos se deve à redução dos recursos do governo federal no ano de crise econômica - FOTO: Foto: Divulgação
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Diante do cenário de cortes de verbas do governo federal e do crescimento do caixa abaixo da inflação, a Prefeitura do Recife já fala em manter o mesmo nível de investimento do ano passado, que é de R$ 400 milhões. Na prática, representa uma redução da previsão de investimento, já que o prefeito Geraldo Julio tinha como objetivo ultrapassar os R$ 500 milhões, como ocorreu no primeiro ano de sua gestão. Em 2013, foram aplicados na cidade R$ 530 milhões. Entre as principais fontes de recursos, estão o tesouro municipal, operações de crédito e convênios.

O problema de conseguir mais convênios está no fato de o governo federal ter suspendido as operações de crédito de financiamentos internacionais, além do corte de R$ 69 bilhões do orçamento da União. O incremento nos recursos aplicados irão depender do desempenho da economia do País. “Depende da temperatura da economia do segundo semestre. Se a economia retomar o processo de retomada, a gente quer manter exatamente essa mesma meta de investimentos. Se a economia não apontar para um crescimento, a gente vai investir muito mais do que era a série histórica, mais do que o dobro do que era a série histórica, mas não será o mesmo valor que a gente conseguiu investir nos dois anos anteriores”, afirmou Geraldo Julio ontem pela manhã, após a inauguração de uma unidade da Agência de Emprego, em Casa Amarela.

O prefeito disse, ainda, que o principal impacto nas contas públicas foi o corte do Orçamento Geral da União. No entanto, a Prefeitura ainda não sabe quais projetos serão afetados. “Cada secretário está buscando levantar o impacto que isso promoveu nos projetos. Os projetos em andamento não sofrem impacto, mas os novos, os secretários estão buscando nos ministérios as informações para saber se algum deles sofreu esse impacto. Se sofreu impacto, a gente não vai poder começar agora”, acrescentou.

O secretário de finanças, Ricardo Dantas, afirmou, anteontem, que a Prefeitura não irá iniciar nenhuma nova obra que dependa de recursos federais. “Não é parar obra que está em andamento, é obra nova que vai depender de recurso federal, a gente só inicia se tiver a certeza do recurso federal. Porque a gente precisa conhecer exatamente os impactos do déficit de R$ 69 milhões feitos, para a gente não iniciar uma obra que vá depender desse dinheiro”, reiterou Geraldo Julio.

Ainda segundo o prefeito, ainda não há previsão de rever o programa de governo. “Nós gostaríamos que a economia do Brasil tivesse andando bem, que o governo federal tivesse com as contas bem, podendo fazer todos os repasses de recursos para as cidades. Essa não é a realidade. Mas a gente vai manter o nosso programa de governo inteiro”, completou.

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