Os vereadores do Recife, Isabella de Roldão (PDT) e André Régis (PSDB), criticaram a prefeitura pela condução do Plano Municipal de Educação (PME). Durante a sessão, na tarde desta quarta-feira (10), a pedetista informou que o prazo para entrega do documento ao Ministério da Educação é no dia 25 deste mês, o que significa que o governo tem 15 dias para terminar o trabalho de diagnóstico e estabelecimento de metas para os próximos 10 anos.
Na tribuna, Isabella acusou a prefeitura de atrasar os prazos acordados. Pela tramitação usual, o PME deve passar por uma conferência, pelo Fórum de Educação, pelo Conselho Municipal e pela Secretaria de Educação, antes de ser apreciado na Câmara. "A prefeitura garantiu que estava fazendo diagnóstico, de que tudo seria apresentado a contento. Essa conferência ia acontecer em abril, mas como pode acontecer em abril? Na reunião seguinte da coordenação, decidimos que a conferência ficaria para o final de maio. Quando nos reunimos, a prefeitura não tinha diagnóstico nenhum. A conferência que estava programada para durar dois dias durou seis dias. Porque precisamos discutir as 20 metas, debatendo ponto a ponto", explicou a vereadora.
Já em março, faltando três meses para a entrega formal, a pedetista fazia o alerta para a base governista de que era preciso uma discussão ampla para a construção do PME. "Infelizmente a gente sabe que se continuar assim não vamos ter tempo hábil para fazer uma discussão ampla, ouvindo quem está na ponta, os alunos, pais de alunos, professores de forma ampla. Pelo jeito, a coisa vai ser feita e vai ser encaminhada às pressas e terminar sendo votada desse jeito", disse.
O vereador André Régis é presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal e afirmou que a comissão não foi convidada para participar do processo. No caso de Isabella, ela integrava a comissão da Câmara e o Conselho Municipal de Educação, mas foi substituída nos dois colegiados pelo vereador Marco Aurélio Medeiros (SDD), vice-líder do governo. Mesmo assim, a oposicionista continuou acompanhando a construção do PME.
Para o tucano, injustificável ser deixado para última hora. "Esse projeto está pronto dentro da gaveta do secretário (de Educação). Ele vai cumprir os trâmites, ele vai abrir conferência, vai ouvir todo mundo, mas na hora de votar, o projeto que vai ser aprovado é o que está com ele na prefeitura. Foi assim que aconteceu com o Estelita. Cumpriu todos os determinantes, mas na hora de apreciar, foi o projeto do governo que foi aprovado integralmente", criticou Isabella. O vereador Marco Aurélio Medeiros foi procurado para esclarecer a situação, mas não atendeu às ligações.
