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Homem de confiança de Arraes, Carlos Siqueira sai dos bastidores para o comando do PSB

Pernambucano também foi homem de confiança de Eduardo Campos

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 22/06/2015 às 6:59
Humberto Pradera/Divulgação
Pernambucano também foi homem de confiança de Eduardo Campos - FOTO: Humberto Pradera/Divulgação
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O Partido Socialista Brasileiro (PSB) contou com três presidentes pernambucanos. Os dois primeiros, Miguel Arraes e Eduardo Campos, ambos falecidos, dispensam apresentações por suas trajetórias no Estado e no cenário político nacional. O terceiro e atual mandatário, porém, chegou ao poder máximo da legenda sem tanta exposição. Trata-se de Carlos Siqueira, ex-líder estudantil e advogado formado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Apesar das raízes locais, Siqueira vive há pouco mais de duas décadas em Brasília e é lá que tem seu domicílio eleitoral.

A história de Siqueira com o PSB se mistura com a relação dele com Miguel Arraes. Os dois se conheceram em 1979. “Na época, eu era filiado ao PCB (Partido Comunista Brasileiro), mas era da juventude do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Fui esperá-lo no aeroporto porque sempre tive uma grande admiração por ele”, conta, referindo-se à volta do pernambucano do exílio.

A partir dos anos 80, Siqueira tornou-se um dos homens de confiança de Arraes. Em 1990, quando o ex-governador trocou o PMDB pelo PSB, ele foi junto. No partido, o atual fez de tudo e ficou um período na assessoria da liderança do PSB na época em que o partido constituiu sua primeira bancada federal. “Estruturei a Fundação João Mangabeira e fui secretário-geral da legenda durante nove anos com Arraes presidente e outros nove anos na gestão Eduardo”, relembra.

Carlos Siqueira chegou à presidência do PSB em 2014, após o então presidente Roberto Amaral abrir mão das eleições internas. “Fui escolhido por um consenso das lideranças mais jovens. É um desafio extraordinário e tenho que honrar a tradição de fazer o partido crescer”, diz.

O mandato de Siqueira vai até 2017 e garante que não tem interesse em disputar um mandato eletivo. “Sempre fui muito crítico do sistema político eleitoral. Não tenho o perfil de pedir dinheiro para uma campanha. Pretendo continuar nos bastidores porque sempre fui mais de atuar com a organização e a estratégia partidária”, afirma.

As experiências de Siqueira nos governos sempre se deram nos bastidores. Primeiro com Arraes. Em 1992, durante o governo de Itamar Franco, ele foi chefe do gabinete do então ministro da Saúde Jamil Haddad, ex-presidente e um dos líderes da refundação do PSB na década de 90. Também trabalhou no ministério da Ciência e Tecnologia nas gestões de Eduardo Campos e Sérgio Rezende.

O presidente do PSB viu Eduardo se desenvolver politicamente e esteve no posto de coordenador-geral da campanha do pernambucano à presidência da República. Sobre o ex-governador, é só elogios. “Nunca pensei em substituir Eduardo no comando do partido. É uma responsabilidade imensa”, pontua.

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