Durante seus primeiros seis meses à frente do governo estadual, Paulo Câmara (PSB) inaugurou poucas obras e assinou. A maior marca socialista neste início de gestão foi a “arrumação da casa” principalmente no que diz respeito às finanças estaduais. Ainda em fevereiro, o socialista lançou um programa com o objetivo de reduzir em R$ 330 milhões o custeio com a máquina pública. A essa medida somaram-se outras sempre tendo como norte combater os efeitos da crise econômica no Estado.
Foi à crise, aliás, que Paulo recorreu ao fazer um balanço do governo até aqui. “Nesses seis meses, procuramos dar prosseguimento ao trabalho que já vinha sendo feito, buscar a qualidade dos serviços públicos, finalizar obras e cuidar do Estado diante de uma crise econômica que faz tempo que não se vê. Uma crise que atinge as nossas finanças”, pontua.
Na tentativa de melhorar as finanças estaduais, Paulo institiu um programa de recuperação de créditos tributários e, reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff (PT) e percorreu ministérios para tentar destravar a liberação de recursos. “Ele está se articulando, tem feito o seu papel institucional e é aberto ao diálogo”, avalia o cientista político e professor da Faculdade dos Guararapes, Isaac de Luna.
O especialista, porém, afirma que Paulo deveria ter feito mais. “Ele ficou arrumando a casa e tentando manter o que Eduardo fez. Eduardo implantou marcas, como a atração de investimentos e o Pacto pela Vida”, diz.
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Essa também é a avaliação do estrategista político Paulo Moura. “Há muita justificativa no discurso e não se percebe a criação de novas agendas. O governo chega aos seis meses sem criar nenhum marca. Se perguntar às pessoas qual a bandeira do governo Paulo ninguém saberá dizer”, declara.
Na opinião de Isaac de Luna, esse jogo pode ser virado se Pernambuco conseguir conquistar o centro de voos nacionais e internacionais que o grupo Latam, formado pela TAM e pela chilena LAN, querem implantar no Nordeste. De olho nesse empreednimento, que, estima-se, irá gerar ende oito a 12 mil empregos, o governador tem ido a Brasília e se articulado com aliados e oposicionistas em eventos suprapartidários. “Essa seria uma grande marca do governo Paulo”, opina.
De acordo com o phD em Economia José Raimundo Vergolino, Paulo Câmara também poderia trilhar um caminho diferente do que foi feito por Eduardo Campos e criar uma marca ao tomar algumas atitudes na área administrativa que, em sua avaliação, teriam efeito sobre as contas do Estado.
“Ele tem que enxugar a máquina, diminuindo ainda mais o número de comissionados o de secretarias, deixando apenas as essenciais e básicas como Saúde, Educação e Segurança. No passado, já se vendeu a Celpe. Ele também deveria vender a Compesa e criar um fundo”, argumenta.