Contas Públicas

Alerta do TCE aos municípios vem em momento de crise econômica. Medida não foi tomada em período de crescimento

Presidente Valdecir Pascoal afirma que prefeituras precisam aumentar receitas próprias para enfrentar a crise

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 16/07/2015 às 5:15
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O conselheiro do TCE Valdecir Pascoal fez um alerta à Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho - FOTO: Acervo JC Imagem
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Previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o alerta do TCE aos municípios, nesta quarta-feira (15), ocorre num momento de crise econômica nacional, que tem reduzido as transferências federais às prefeituras e Estados, contrariando à posição do Tribunal no período recente de crescimento da economia, quando não houve registro de expedição de recomendação aos prefeitos para a cobrança dos tributos municipais. 

Comumente, o TCE expede alerta às prefeituras quando o gasto com pessoal atinge ou extrapola o limite na LRF, quanto a terceirizados, a contratos ou quanto a aplicações constitucionais mínimas em saúde e educação. “Este é o primeiro alerta sobre receita própria. É que só agora surgiu o olhar sobre a questão receita. O TCE já fez alertas sobre muitos pontos de contas públicas. Há um ano alertamos mais de 100 municípios estavam fora da LRF em despesas de pessoal”, explicou o presidente do Tribunal de Contas, Valdecir Pascoal.

Com os municípios cada vez mais dependentes das transferências financeiras federais e estaduais, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu alerta às 184 prefeituras de Pernambuco recomendando a cobrança dos tributos da competência dos municípios, medida que visa a aumentar a arrecadação para equilibrar nas finanças das cidades a queda dos repasses da União e do ICMS do Estado com o aumento das receitas próprias.

É o primeiro alerta específico que faz o TCE às prefeituras sobre a arrecadação de receitas próprias, segundo disse  Valdecir Pascoal no anúncio da decisão do conselho do órgão. “O alerta de risco não é uma obrigação, mas dá mais força ao TCE quando (no futuro) quiser responsabilizar um gestor”, justificou o conselheiro.
 
Pascoal ressaltou que o TCE “não ignora” a crise econômica do País, que tem repercutido na arrecadação da União e Estados, mas principalmente dos municípios, e muito mais no Nordeste. “Estão entre reduzir custos ou aumentar receitas em sua base tributária”, avaliou.

Como a União descentralizou atribuições, mas não os impostos, a situação se agravou com a crise e a sensação do TCE é que os municípios “não são efetivos” na arrecadação de seus tributos. “O TCE não está em cima dos gestores com o chicote, nem adotando medidas legais, mas alertando para a necessidade de cobrarem os impostos, aumentando a arrecadação própria e reduzindo a dependência das transferências da União e do Estado", justificou Pascoal.

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