SUDENE

João Paulo planeja visitar todos os governadores do NE

Com um orçamento anual minúsculo para o tamanho da atribuição (cerca de R$ 25 milhões), estrutura sucateada e carência de corpo técnico, a Sudene é desprestigiada pelos gestores políticos

Carolina Albuquerque
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Carolina Albuquerque
Publicado em 22/07/2015 às 6:00
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Com um orçamento anual minúsculo para o tamanho da atribuição (cerca de R$ 25 milhões), estrutura sucateada e carência de corpo técnico, a Sudene é desprestigiada pelos gestores políticos - FOTO: JC Imagem
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Recém-nomeado como superintendente da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o ex-prefeito João Paulo (PT), derrotado nas eleições de 2014, planeja percorrer os gabinetes de todos os governadores do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. A iniciativa parece corriqueira, mas para a atual desenvoltura política e financeira da Sudene é muito. Com um orçamento anual minúsculo para o tamanho da atribuição (cerca de R$ 25 milhões), estrutura sucateada e carência de corpo técnico, o órgão, recriado oficialmente em 2007, é desprestigiado pelos gestores políticos.

“É preciso resgatar o prestígio político, de maior intervenção no Nordeste. Podemos cumprir um papel muito importante nos municípios e articular com os governadores, tratar da liberação de recursos. Precisamos dar essa sacudida”, comentou o ex-prefeito petista. A indicação de João Paulo foi um pleito da Executiva Estadual do PT ao governo federal. A lista ainda inclui outros quadros políticos que estão no limbo, após o fracasso petista no pleito no ano passado, como o ex-prefeito João da Costa e o ex-deputado federal Fernando Ferro. A ida de João Paulo para a Sudene tirou do cargo José Márcio de Medeiros Maia, vereador de Maceió e indicação política do PROS, partido aliado da presidente Dilma Rousseff (PT). 

João Paulo deve tomar posse dentro de uma semana, após um período necessário para que a transição seja feita. “A primeira visita vai ser feita ao governador Paulo Câmara”, comentou. A ideia, segundo ele, é mobilizar uma equipe para acompanhá-lo nessa peregrinação pelos Estados, com o intuito de levantar e discutir projetos de interesse regional. Não faz muito tempo, o ex-superintendente da Sudene, Paulo Fontana, que deixou o cargo em 2012, reclamava que sequer conseguia reuniu os governadores em torno de uma mesa. Crítico do atual estado do órgão, o seu sucessor, Luiz Gonzaga Paes Landim (PSB-PI), declarou ao JC, antes de ser retirado do posto, que “a Sudene foi recriada num fórceps político”.

Na previsão orçamentária para 2015, está prevista a liberação de R$ 2.736,1 milhões para projetos já aprovados e R$589,7 milhões para pleitos em aprovação, totalizando o montante de R$ 3.325,8 milhões, que somados às despesas operacionais chegam ao montante de R$ 3.445,3 milhões. Esse recurso, contudo, já vem carimbado e sua liberação não passa diretamente pelo superintende do órgão. Condicionado ao gestor, existe apenas uma dotação de R$ 25 milhões, valor passivo de contingenciamento devido à crise. “Dificuldade se vence é com talento”, responde João Paulo ao ser questionado sobre esse contexto de árido na política e economia do País.

Presidente estadual do PT, a deputada Teresa Leitão (PT), vibrou com a nomeação do correligionário. “Foi muito bom. Dentro do que a gente pleiteou. Ele estava na lista que a gente apresentou logo no início, que inclui ainda João da Costa e Fernando Ferro. Claro que a gente quer que se realize (as nomeações) o quanto antes, mas está mais ou menos no calendário que foi apresentado pelo ministro. Estamos aguardando com tranquilidade, sabemos que é um processo de negociação”, comentou. O primeiro petista a conquistar cargo na estrutura do governo federal foi Mozart Sales, para diretoria da Hemobrás. O PDT e PTB, aliados na eleição de 2014, foram contemplados com a ida do senador Armando Monteiro (PTB) para o ministério e do ex-deputado federal Paulo Rubem (PDT) para a Fundaj.

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