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Após prisão de Dirceu, Paulo Câmara se diz preocupado com instabilidade política

Governador defendeu que tudo seja apurado o mais rápido possível porque a crise política atrapalha a economia

Paulo Veras
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Publicado em 04/08/2015 às 13:55
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Governador defendeu que tudo seja apurado o mais rápido possível porque a crise política atrapalha a economia - FOTO: Paulo Veras/Especial para o JC
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Um dia depois de a Polícia Federal prender o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) em uma nova fase da operação Lava Jato, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se disse preocupado com a instabilidade política que as investigações sobre grandes figuras políticas do PT gera no País. O governador participou nesta terça-feira (4), da cerimônia de lançamento da campanha para a construção do novo Instituto de Oncologia do Imip, que levará o nome do ex-governador Eduardo Campos, falecido há um ano.

"Tem que respeitar as investigações. Que elas sejam cada vez mais celeres e que continuem acontecendo, se precisar. Agora, o que nos preocupa é a instabilidade política que isso gera", afirmou o socialista. "Óbvio que nós não vamos dizer aqui que nós não defendemos as investigações. Nós defendemos, sim. Nós defendemos que tudo seja devidamente apurado. E, se possível, o mais rápido. Porque crise política atrapalha a crise econômica", disse também o governador.

Paulo Câmara afirmou ainda que torce para que todas as denúncias da Lava Jato sejam esclarecidas. "Quem tiver culpa, que seja julgado devidamente. Mas que as coisas voltem a funcionar com mais rapidez nesse país", pediu.

A prisão de Dirceu, que já cumpria pena em regime semi-aberto pela condenação do Mensalão, foi vista como mais uma pauta negativa para o PT, em um momento de fragilidade política da presidente Dilma Rousseff (PT). O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima classificou Dirceu como um dos líderes principais do esquema na Petrobras e a pessoa que permitiu que ele existisse.

No Imip, a cerimônia foi marcada por uma série de homenagens a Eduardo Campos e contou com a presença da ex-primeira-dama Renata Campos e de João Campos, filho tido como possível herdeiro político de Eduardo.

"Não é fácil caminhas por essa estrada. Não é fácil fechar um ciclo de quase um ano agora que se completa do desaparecimento e da morte do meu pai. Mas a gente comenta muito dentro de casa que se não fosse o apoio incondicional e o reconhecimento do povo, jamais seria possível ultrapassar por esse caminho", afirmou João, em um discurso de agradecimento.

Questionado sobre a entrevista do advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador, que aponta uma possível falha na aeronave como a causa do acidente aéreo que matou o então presidenciável do PSB, Paulo Câmara afirmou que iria aguardar a apuração oficial do caso.

"Eu não vou me manifestar antes das informações oficiais serem divulgadas porque eu acho que esse é o momento adequado. É isso o que a família e Renata tem nos dito. E a gente vai respeitar a vontade de Renate em relação a isso", explicou.

Renata e João preferiram não dar entrevistas.

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