Ao contrário de outros políticos pernambucanos, como o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o ex-prefeito do Recife, Roberto Magalhães, que defenderam de forma enfática a renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT), o governador Paulo Câmara (PSB) disse que a decisão de deixar o governo cabe apenas à petista. Paulo ainda disse que acompanhou pela TV uma parte dos protestos contra o governo federal realizados no último domingo.
"A presidente Dilma foi eleita pelo povo, tem um mandato de quatro anos a cumprir e todo governante tem que achar seu caminho, ou seja, ter também clareza do momento e tomar as decisões que entendam são importantes para o Pais que governa. Caberá à presidente fazer uma avaliação desse momento e com base nisso fazer as reflexões", disse.
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Em reunião com os demais governadores do Nordeste no mês passado, Paulo Câmara já havia assinado um manifesto colocando-se contrário ao impeachment de Dilma. Nesta segunda (17), o governador voltou a dizer que estava disposto a colaborar para que o Brasil saia do momento de crise. "Como governador me coloco à disposição para o governo federal", afirmou, sem, contudo, perder a chance de criticar a gestão petista. "O cenário é muito ruim, estamos em uma recessão enorme. Sem caminho e sem clareza, 2016 vai ser tão difícil quanto 2015", declarou.
AGENDA COM DILMA - O governador e a presidente estarão juntos nesta sexta-feira, em Cabrobó, no Sertão pernambucano. Paulo disse que se tiver oportunidade vai conversar com a presidente sobre a possibilidade da União autorizar Pernambuco a contrair empréstimos juntos a instituições internacionais de financiamento. "Se houver espaço, é óbvio que a gente vai expor essa situação que nos preocupa muito", falou.
A liberação de Pernambuco para contratar operações de crédito tem sido defendida pelo governador já há alguns meses. "Se não destravar os investimentos e as operações de crédito, vamos correr um sério risco de ter a situação econômica muito agravada em 2016 e isso é ruim para todo mundo, principalmente para a geração de emprego e de renda", sentenciou.