Presente na sessão do TCE, o filho do deputado Augusto César, Henrique Carvalho, sócio da HC Produções, afirmou que seus negócios vão mal após ter vindo à tona o caso da “farra” das emendas para show. Agenciando várias bandas locais, a empresa chegou a faturar R$ 2 milhões através de 73 emendas parlamentares.
Questionado se acredita que o método adotado para destinar a emenda para shows era correto, Henrique respondeu que pode ser até “questionável”, mas “qual seria a outra forma de viabilizar o show?”. “Prejudicou meu negócio. É uma coisa muito chata. A Prefeitura não tem dinheiro para bancar a banda. A única forma seria o Estado. O deputado, por ser da oposição, ajuda por meio da emenda... Então, não tem sentido questionar isso”, argumentou.
Ele explicou que os primeiros a se manifestarem eram os prefeitos, que pediam emendas para pagamentos de artistas aos deputados a quem são ligados. “Acabou se destinando para show por pedido dos prefeitos. Porque era ano eleitoral, e muitas emendas não poderiam ser executadas. Na Empetur, não havia esse impedimento”, disse. O caso dele está sendo investigado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
JULGAMENTO
Durante a sessão, a prática de destinar emendas para show foi tratada pelo procurador do Ministério Público de Contas, Gustavo Massa, como uma “política do pão e circo”. “Tivemos R$ 25 milhões sendo utilizados para a política do pão e circo. Esse dinheiro poderia ser empregado nos remédios quimioterápicos que estão faltando no Hospital Oswaldo Cruz. Eu não sei até quando essa classe política vai ficar desvinculada das reais necessidades públicas”, criticou.
