Na presença de fornecedores de serviços e equipamentos que cobram um débito de R$ 30 milhões, desde a paralisação da construção de Itaquitinga, em 2012, o secretário de Justiça, Pedro Eurico, nesta quarta-feira (19), na audiência pública na Alepe, liquidou as esperanças dos empreiteiros, empresários e trabalhadores de receberem o pagamento por parte do governo estadual.
O secretário afirmou que o Estado de Pernambuco “não tem dívida” com as obrigações de serviços e trabalhistas e com o Banco do Nordeste (BNB), que financiou a obra – R$ 300 milhões, em valor corrigido –, atribuindo a responsabilidade total do débito à Advance Construtora, cabeça do consórcio Reintegra Brasil.
“O Estado não vai assumir. Foi um contrato no mundo privado, uma relação comercial. O Estado não é garantidor (também) de nada ao BNB, que já lançou esse crédito na conta de prejuízo”, revelou Eurico.
“A coisa começou a desandar em outubro de 2012 quando a empresa abandonou a obra. A gente não tem nem conhecimento exato de quanto a empresa contraiu de empréstimo. Há controvérsias, mas foi muito dinheiro”, ressaltou o líder do governo, Waldemar Borges (PSB).
Conselheiro do Tribunal de Contas (TCE) à época do início da obra, em 2009, o deputado Romário Dias (PTB) duvidou que o Estado esteja legalmente eximido de respondabilidade. “Não me convence que o Estado não tem ingerência na PPP. Tanto tem que interviu na da Arena da Copa”, rebateu. “É a primeira vez que o governo acusa a Advance de irregularidade e má-fé”, ressaltou o líder da oposição, Sílvio Costa Filho (PTB).