Hoje à tarde, Recife vai sediar um ato promovido por diversos movimentos sociais. A concentração começa às 15h, na praça do Derby, seguindo pela avenida Conde da Boa Vista em direção à praça da Independência, no bairro de Santo Antônio. Nas capitais brasileiras, atividades semelhantes estão sendo programadas para esta quinta-feira (20), posicionando-se contra a ofensiva da direita e pregando “saídas populares para a crise”. Em Pernambuco, pela manhã, também haverá atos programados em Petrolina e, à tarde, em Caruaru.
Aparentemente contraditórios, os manifestantes se posicionam contra os ajustes fiscais promovidos pelo governo federal mas, também, a favor da permanência da presidente Dilma Rousseff, contra quem estaria sendo tramado um “golpe”. “Vamos às ruas em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia”, resume o vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco(CUT-PE), Paulo Rocha. “As leis têm que ser cumpridas e, se houver a quebra do regime democrático, será implantado o retrocesso em nosso País, como já aconteceu no passado”, alerta.
O ato é uma resposta às manifestações que aconteceram nacionalmente, no último domingo (16), e está sendo organizado, no Recife, por diversos movimentos sociais, como o Grito dos Excluídos, o Fórum de Mulheres de Pernambuco, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), o Fórum Dom Helder Câmara e o Levante Popular da Juventude, com apoio de partidos de esquerda como o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o ainda não registrado Partido da Causa Revolucionária (PCR) e, obviamente, o Partido dos Trabalhadores (PT).
“Estamos mobilizando toda a base social do partido, militância, dirigentes e parlamentares, para estarmos todos presentes durante o ato”, diz a presidente do PT em Pernambuco, a deputada estadual Teresa Leitão.
BUSCA PELA "TERCEIRA VIA"
Aliado do PT em manifestações anteriores, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) rompeu nacionalmente com a organização do ato de hoje e está preparando um evento paralelo, cuja concentração começa às 15h, no Pátio do Carmo, também no centro do Recife.
“Nós fazemos uma oposição de esquerda ao governo federal”, explica o secretário-geral do PSOL em Pernambuco, Lucas van der Ploeg. “O PSOL tinha um acordo para participar deste ato unificado, mas após a divulgação da Agenda Brasil, pelo senador Renan Calheiros, isso se tornou impraticável”, relata.
Ele afirma que o PSOL é “contra o golpe” mas que, nas últimas semanas, o ato marcado para hoje se tornou majoritariamente algo em defesa de Dilma. “A intenção do PSOL sempre foi criticar os ajustes fiscais e a onda conservadora”, resume o socialista.