Numa tentativa para conseguir a liberação do empréstimo no valor de US$ 220 milhões (cerca de 700 milhões), o prefeito do Recife, Geraldo Julio, esteve, nesta quarta-feira (26), em Brasília, onde se reuniu com o novo diretor do Banco Mundial (Bird) para o Brasil, Martin Raiser. No encontro, o prefeito ressaltou o empréstimo com a instituição, que não foi liberado devido a uma medida do governo federal de suspender operações de crédito de prefeituras e Estados com bancos internacionais.
Em operações dessa natureza, a União precisa também assinar o contrato, sendo uma espécie de "avalista" do crédito.
Segundo o prefeito, o diretor da instituição financeira informou que irá intermediar junto ao governo federal a liberação dos recursos. "Nós ressaltamos a importância e solicitamos também ao banco o apoio para que ele faça gestões junto ao Governo Federal para que o Ministério da Fazenda recoloque na pauta da Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos, do governo federal) a liberação deste financiamento", relatou o prefeito, em nota enviada.
De acordo com o secretário de planejamento, Alexandre Rebêlo, a operação já havia sido autorizada pelo Bird, faltando apenas a liberação do governo federal. "O prefeito foi mostrar isso, que a cidade carece de infraestrutura e precisa de aporte para liberar para alavancar sua capacidade de investimento", destacou.
Rebêlo destacou, ainda, que o Recife está confortável na sua margem de endividamento. Além deste empréstimo com o Bird, a Prefeitura está apta a buscar outros R$ 3 bilhões em operações.
A liberação do empréstimo seria uma saída para a Prefeitura do Recife "respirar" diante da crise pela qual o País atravessa. "O dinheiro vem para investimentos. Seria uma forma de alavancar obras e gerar empregos", disse Rebêlo.
Geraldo Julio atravessa problemas para cumprir seu programa de governo. Obras como Compaz e o Hospital da Mulher estão atrasadas. Menos da metade das Upinhas prometidas foram entregues, com dois anos e meio de gestão completos.
Neste sábado (29), o prefeito reunirá seu secretariado para definir os cortes que serão feitos na prefeitura. Nos corredores do Palácio Antônio Farias, o clima é tenso, principalmente entre os servidores com cargos comissionados. Os secretários irão entregar a Geraldo Julio um balanço de auditorias feitas pela Controladoria do Município em contratos. A meta é cortar gastos a partir dos números apresentados.
