"caras-pintadas"

UNE critica ajuste fiscal, mas defende governo Dilma

Entidade puxou protestos contra Collor em 1992, mas vê impeachment de Dilma como golpe

Paulo Veras
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Publicado em 27/09/2015 às 7:01
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Entidade puxou protestos contra Collor em 1992, mas vê impeachment de Dilma como golpe - FOTO: Foto: José Cruz/Agência Brasil
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Principal entidade a pintar a cara e puxar os protestos de rua contra Collor em 1992, a União Nacional dos Estudantes (UNE) tem participado de atos em defesa de Dilma. "A gente acha que é um ataque à democracia esses pedidos de impeachment. Eles não têm nenhuma prova das acusações contra a presidente", diz Flor Ribeiro, diretora regional da UNE em Pernambuco.

Aluna do curso de Dança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Flor diz que não vê relação entre os caras­pintadas e os jovens pró­impeachment de movimentos como o Vem Pra Rua, o Brasil Livre e o Revoltados Online. "A mesma galera que colocou Collor para fora é a que está nas ruas defendendo a democracia do nosso país e um governo popular. E o que acontece do outro lado é claramente uma tentativa de golpe. Raramente você vê um negro nesses protestos. Você vê uma classe burguesa pedindo um impeachment, sem saber nem o que está pedindo, achando que quem vai assumir é o Aécio. Criou­se um ódio ao partido que está no poder, personalizado na presidente Dilma", argumenta.

Assim como outros movimentos sociais, a UNE tem defendido o mandato de Dilma, mas criticado o ajuste fiscal. Em junho, os estudantes chegaram a ocupar a sede do Ministério da Fazenda, em Brasília. Um novo ato está sendo convocado para o dia 06 de outubro na capital federal. "Não é contraditório. A gente tem muito mais abertura para diálogo em um governo popular e de esquerda, do que se, por exemplo, hoje estivesse Aécio (Neves) no poder. Nós nunca teríamos a oportunidade de dizer que somos contra o corte e qual a nossa visão do que deveria ser feito", defende Flor.

Segundo ela, não há ingerência política na UNE e a entidade defende que se investiguem todas as denúncias de corrupção em relação a integrantes do governo, mas acusa a oposição de querer privatizar a Petrobras.

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