Eleições 2016

Paulo diz que não dará preferência a candidatos onde a Frente Popular estiver "rachada"

Aliados do governador lutam para garantir seu apoio na disputa do próximo ano

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 06/10/2015 às 16:27
Roberto Pereira/SEI
Aliados do governador lutam para garantir seu apoio na disputa do próximo ano - FOTO: Roberto Pereira/SEI
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O mantra entoado pelo governador Paulo Câmara (PSB) é de que só irá tratar das eleições municipais em 2016, mas nesta terça-feira (6) ele deu uma pista do posicionamento que terá na disputa eleitoral do próximo ano. Após participar de uma solenidade no 6º Batalhão de Polícia Militar, em Jaboatão dos Guararapes, ele destacou que “dará equilíbrio” nos locais onde os rivais forem integrantes de sua base de apoio. “Os municípios em que dois ou três lados me ajudaram é óbvio que terão tratamento diferente. Não há porque dar preferência a A, B ou C independente do partido porque todos estão na nossa frente e a gente quer preservá-la”, falou. 

A julgar pelo tamanho da Frente Popular, coligação composta por 21 partidos que atuou em prol de sua candidatura em 2014, o governador terá que ser cuidadoso em boa parte do território pernambucano. Em algumas cidades, no entanto, a atenção com o processo eleitoral terá que ser redobrada pelo peso político dos envolidos na disputa que se aproxima.

Em Caruaru, até o momento, despontam três pré-candidaturas ligadas ao Palácio do Campo das Princesas. Os deputados estaduais Tony Gel (PMDB) e Raquel Lyra (PSB) externaram interesse na prefeitura, mas não contam com a simpatia do atual prefeito José Queiroz (PDT), também aliado de Paulo. O pedetista tende a indicar seu vice, Jorge Gomes (PSB), ou a secretária-executiva de Direitos Humanos de Pernambuco, Laura Gomes (PSB). “Tenho conversado com todos e a gente espera ter em Caruaru os partidos disputando as eleições, mas em um arco maior de aliança com o governo”, disse Paulo.

Em Jaboatão, onde esteve nesta terça-feira, o governador terá que administrar a disputa interna pela prefeitura entre o deputado federal João Fernando Coutinho (PSB) e o vice-prefeito da cidade, Heraldo Selva (PSB). O prefeito Elias Gomes (PSDB) sinaliza que apoiará Heraldo desde que Paulo invista na candidatura do deputado federal Betinho Gomes (PSDB) a prefeito do Cabo de Santo Agostinho. Para isso, o chefe do Executivo estadual teria que abrir mão do apoio ao deputado estadual e pré-candidato Lula Cabral (PSB), adversário da família Gomes.

A dor de cabeça de Paulo se estende a Petrolina, onde o PSB como pré-candidatos os deputados estaduais Lucas Ramos e Miguel Coelho e o deputado federal Gonzaga Patriota. Há a expectativa que Lucas Ramos migre de partido caso o candidato socialista seja Miguel Coelho, mas ainda assim iria para uma sigla da base do governador.

O governador apoiará a reeleição do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), mas o PSDB, que faz parte de sua base de apoio, está inclinado a lançar o deputado federal Daniel Coelho como concorrente do socialista. O deputado federal Jarbas Vasconcelos, do PMDB do vice-governador Raul Henry, também pode entrar na briga. Em Olinda, o hoje aliado PCdoB terá a concorrência do advogado Antônio Campos (PSB), irmão do ex-governador Eduardo Campos. Diante de todos esses cenários e enquanto puder retardar as definições, Paulo seguirá afirmando que “2016 só em 2016”.

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