Orçamento Estadual

Com receita em queda e sem operações de crédito, Estado garante que vai superar meta de R$ 1 bilhão em investimentos

Secretario da Fazenda, Márcio Stefanni diz que R$ 765 milhões já foram investidos e que corte de gastos vai garantir a execução da meta

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 07/10/2015 às 7:00
Foto: Jarbas Araújo/Alepe
Secretario da Fazenda, Márcio Stefanni diz que R$ 765 milhões já foram investidos e que corte de gastos vai garantir a execução da meta - FOTO: Foto: Jarbas Araújo/Alepe
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Depois de aprovar o aumento de alíquotas do ICMS, IPVA e ICD (Causa Mortis e Doação), para 2016, na Assembleia Legislativa, e publicar o balanço do 2º quadrimestre que aponta o comprometimento de 50,3% da receita com salários, o governo estadual divulgou, nesta terça-feira (06), que a arrecadação em Pernambuco teve queda no 4º bimestre (julho/agosto), fato que ocorre pela segunda vez este ano. A receita caiu 6,9% em relação ao mesmo período de 2014, repetindo o 2º bimestre (março-abril), quando a arrecadação foi menor em 1,7%, em comparação com igual período de 2014. 

A queda da receita foi anunciada pelo secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, em reunião na Comissão de Finanças da Alepe para justificar o balanço fiscal do quadrimestre. “Há uma instabilidade na arrecadação, mas vamos superar a meta de R$ 1 bilhão em investimentos. Já atingimos R$ 765 milhões (abastecimento, estradas, escolas, FEM) e vamos chegar a R$ 1,2 bilhão”, projetou.

Apontando o cenário nacional adverso, Stefanni revelou que a Receita Orçamentária foi impactada pela redução em 57% dos repasses de convênios com a União, diminuição em 86,7% nas operações de crédito – vetadas pelo governo federal – e queda de 7,5% em transferências constitucionais.

Procurando demonstrar otimismo, Stefanni ressaltou que o comprometimento de 50,3% da receita com folha salarial – ultrapassando o limite máximo (49%) definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – foi provocado pela antecipação de 50% do 13º salário, prevendo a queda no último quadrimestre para próximo do limite prudencial (46,5%). “Baixamos para 48% com medidas do ajuste fiscal (aprovado na Alepe). Reduziremos mais com as medidas (aumento de alíquotas) para 2016”, disse.

De janeiro a agosto, o Estado comprometeu R$ 9,5 bilhões dos R$ 18,9 bilhões de Receia Corrente Líquida (RCL) com a folha de pagamento dos servidores( 50,3%).  Stefanni repetiu, porém, que “só após dois quadrimestres com esse comprometimento, em situação de economia noirmal, e três em momento de crise" é que o Estado estaria impedido de contratar créditos e receber repasses.

Contestado quanto à execução da meta de corte de gastos de R$ 920 milhões, em 2015, quando até agosto o Estado só conseguiu atingir a R$ 305 milhões, o secretário da Fazenda assegurou que o contingenciamento será alcançado. Restam R$ 615 milhões, em cortes para ser executados em quatro meses. Stefanni disse que as mais de 35 Unidades Gestoras que estão estudando os cortes em todas as áreas vão cumprir a meta.  

"A Secretaria da Fazenda  reafirma que a meta de redução na despesa do Estado será integralmente cumprida em 2015. O primeiro Plano de Contingenciamento de Gastos (PCG), cuja meta era reduzir R$ 320 milhões em 12 meses, economizou R$ 305 milhões em custeio em oito primeiros meses. De setembro a dezembro, reduziremos mais R$ 600 milhões, sendo R$ 300 milhões no custeio, R$ 220 milhões nos gastos da administração indireta e R$ 80 milhões em investimento", detalhou.

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