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Às vésperas do ano eleitoral, demandas na área de saúde são maioria no Recife Participa

Das 426 propostas colhidas no primeiro semestre pelo Recife Participa, 30% são pedidos por melhoria na área da Saúde

Marcela Balbino
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Publicado em 08/11/2015 às 16:00
Andréa Rêgo Barros/PCR/Divulgação
Das 426 propostas colhidas no primeiro semestre pelo Recife Participa, 30% são pedidos por melhoria na área da Saúde - FOTO: Andréa Rêgo Barros/PCR/Divulgação
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Em ano de cobertor curto e aperto financeiro, a Prefeitura do Recife reconhece que não será fácil dar cabo ao passivo deixado pelas gestões no PT nas obras do antigo Orçamento Participativo (OP), incorporadas ao programa Recife Participa, mas garante que os "recursos estão sendo direcionados para as áreas mais frágeis da cidade". Neste caso, as ações na área de saúde são as mais demandadas pela população recifense. Das 426 propostas colhidas pela gestão socialista no primeiro semestre deste ano, 120 delas (30% do total) são pedidos por melhoria na área. As cobranças vão de ampliação nos atendimentos ambulatoriais à construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

À frente da coordenação do Recife Participa, o secretário de Governo, Sileno Guedes, presidente do PSB-PE, explica que ações na área de saúde são as mais requisitadas em todas as regiões da cidade. Os pedidos não são só por equipamento, mas pelo controle no atendimento. "O prefeito, por duas vezes, repôs o quadro de profissionais da área", explica. Nos últimos três anos, sete das 20 Upinhas prometidas foram entregues. O Hospital da Mulher do Recife, principal promessa da campanha, também é alvo dos esforços do prefeito, que tem viajado a Brasília em busca de recursos para a obra.

Com os cortes nos gastos e os esforços para cumprir o discurso da campanha, Geraldo tem adotado precisão cirúrgica para entregar demandas já votadas no antigo OP. "A cada fórum com as comunidades (as cobranças) são sistematizadas, as reuniões são gravadas e separadas por secretarias. Tem proposta que é possível atender facilmente, outras exigem mais investimento", justifica Sileno. Articulador político do município, ele garante que o prefeito monitora pessoalmente a evolução das demandas.

Às vésperas do ano eleitoral, a entrega da Upinha Dom Helder, na Zona Norte, semana passada teve forte tom político. A unidade de saúde havia entrado há 11 anos na lista do OP, ainda na gestão do ex-prefeito João Paulo. A inauguração do espaço teve direito a palanque, discurso e a presença de vereadores aliados do prefeito, que se espremiam para se enquadrar na fotografia.

Serviços como coleta de lixo e iluminação pública aparecem em segundo lugar nas propostas colhidas no Recife Participa. Em terceiro, estão as obras de infraestrutura, como contenção de encostas, construção de escadarias, pavimentação e drenagem de ruas. Obras de manutenção também estão na ordem do dia. Quem mora próximo a canais, pede limpeza ou drenagem. Nos morros, a maior cobrança são escadarias ou murro de arrimo.

Moradora do Conjunto Dom Helder, onde houve a entrega da UPA, Erenilda Brasil dos Santos, 40 anos, conta que as cobranças pelo equipamento de saúde se arrastavam há mais de 11 anos. "Havia uma carência muito grande por médicos e atendimento de saúde. Às vezes, a gente chegava na Upinha da Linha do Tiro e nos negavam atendimento dizendo que não era nossa região", relembra.

No movimento popular há 30 anos, o técnico administrativo Iraquitan Clóvis da Silva, 53, mora na Guabiraba e integrou o OP. Atualmente, é coordenador do programa com DNA socialista e acha o modelo positivo por "tirar projetos do papel". "Aqui na Guabiraba, em 12 anos de gestão do OP, a gente só conseguiu um posto de saúde. Nos últimos três anos, a gente teve a reforma da creche e pavimentação da rua Amélia de Siqueira", comemora.

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