Poder Legislativo

Deputado ameaça acionar DNOCS para que abra comporta da Barragem de Serrinha

Barragem do Pajeú está com comporta quebrada desde janeiro, conserto custa R$ 20 mil, mas órgão diz não ter o dinheiro. População está sem água

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 10/11/2015 às 7:30
Foto: Arquivo JC Imagem
Barragem do Pajeú está com comporta quebrada desde janeiro, conserto custa R$ 20 mil, mas órgão diz não ter o dinheiro. População está sem água - FOTO: Foto: Arquivo JC Imagem
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Opositor do governo Dilma Rousseff (PT) na Assembleia Legislativa, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) anunciou, nesta segunda-feira (09), que vai ingressar com ação popular contra Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) para obrigar o órgão a fazer o conserto da comporta da Barragem de Serrinha, que fica entre Floresta e Serra Talhada, fechada desde janeiro deste ano, o que impede a passagem da água e o abastecimento de cerca de três mil famílias ao longo das margens do Rio Pajeú.

O deputado denunciou que o conserto da comporta da barragem custa apenas R$ 20 mil, porém o DNOCS alega não ter o recurso para mandar fazer o reparo. A ação vai pedir a responsabilização do DNOCS em caso de problemas de saúde das pessoas e morte de animais.

"Serrinha tem capacidade para 311 milhões metros cúbicos, mas está com apenas 36 milhões armazenados. Em janeiro tinha 58 milhões. A água represada está evaporando, enquanto em 70 Km das margens a população passa sede. Está sendo abastecida por carros-pipas para o consumo humano e abre cacimbas para produzir. Se abrisse a comporta, água serviria aos animais e a produção", detalhou.

Em discurso contundente de cobrança, Novaes disparou críticas ao governo federal por destinar recursos para ações humanitárias em países da África e América Latina, no momento em que o País passa por crise econômica a população nordestina enfrenta a seca. As críticas à solidariedade do País a outros povos em momento de dificuldades internas recebeu o protesto o líder do PSOL, deputado Edilson Silva, que condenou posição. 

"Só caberia ajuda humanitária em casos de guerra. Sou solidário a outros povos, mas conheço as necessidades do Sertão. Aqui falta distribuir milho, mas o governo libera R$ 400 mil para o frete para mandar feijão para a Argélia. Há brasileiro que passa necessidade. Não podemos fazer ajuda humanitária enquanto existir isso", respondeu Rodrigo Novaes.

O psolista, todavia, insistiu na necessidade de solidariedade internacional. "É importante para o País. Em outras ocasiões, o Brasil recebeu solidariedade. Solidariedade não é repartir aquilo que sobra, mas aquilo que se tem. O protesto deveria ser contra a forma como o governo federal trata os bancos, que é o ralo por onde sai o dinheiro do brasileiro. Só em 2014, pagamos mais de R$ 320 bilhões da dívida pública. E isso é um problema anterior aos governos Dilma, Lula e FHC", rebateu Edilson.

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